O Tribunal Constitucional da Tailândia informou nesta quinta-feira que vai decidir se as eleições, marcadas para 2 de fevereiro, podem ou não ser adiadas. Em caso positivo, a decisão pode representar um novo desafio para a primeira-ministra Yingluck Shinawatra e prolongar a atual crise política no país.
A decisão será tomada na sexta-feira após uma petição apresentada pela Comissão Eleitoral do país, um organismo independente responsável por organizar as eleições. A Comissão quer saber se é possível adiar o pleito e, caso isso seja possível, quem teria o poder de tomar a decisão.
A Comissão Eleitoral recomendou que Yingluck postergue a eleição por temer a possibilidade de violência e de problemas durante o pleito, assim como a contestação do resultado.
O governo afirma que não tem autoridade para mudar a data da eleição. Já a Comissão diz que adiar o pleito daria aos partidos políticos tempo para encontrar uma solução que garanta o avanço das eleições.
O opositor Partido Democrata boicota a eleição de fevereiro. O líder dos manifestantes, Suthep Thaugsuban, ex-vice-líder dos Democratas, quer que a eleição seja suspensa para abrir caminho para que o país seja comandado por um conselho, que seria indicado e não eleito. Este conselho implementaria reformas políticas antes da realização de novas eleições.
Os manifestantes, em sua maioria membros da classe média urbana de Bangcoc e pessoas do sul do país, acusam Yingluck e seu irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, de corrupção, afirmando que suas políticas populistas equivalem a compra de votos. Thaksin foi derrubado por um golpe em 2006 e posteriormente condenado por corrupção, acusação que ele afirma ter motivações políticas. Ele vive em autoexílio para não ser preso em seu país.
Na terça-feira, o governo declarou estado de emergência em Bangcoc e nas províncias próximas, em resposta aos protestos e à violência. Mas a lei emergencial, que vai vigorar por 60 dias, não diminuiu a determinação dos manifestantes, que continuam a marchar pela cidade em desafio à lei. Nesta quinta-feira, Suthep liderou uma marcha pela principal rua do bairro comercial de Bangcoc, arrecadando dinheiro para sua campanha.
Uma decisão judicial favorável ao adiamento das eleições pode dar tempo ao Partido Democrata para se organizar, mas pode também elevar o risco de violência na capital, já que os opositores de Yingluck devem manter seus protestos de rua enquanto ela estiver no poder o que, por sua vez, pode irritar os "camisas vermelhas", grupo favorável ao governo e que quer a realização das eleições. Fonte: Dow Jones Newswires.
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