Temer cria comitê para desenvolver ações direcionadas à mulher

Estadão Conteúdo
06/12/2017 às 17:37.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:05
 (Agência Brasil)

(Agência Brasil)

O presidente Michel Temer assinou na tarde desta quarta-feira (6), decreto que cria a Rede Brasil Mulher, um comitê de articulação integrado por órgãos públicos e instituições privadas e da sociedade civil para desenvolver ações que combatam a violência e promovam a igualdade entre homens e mulheres.

Em discurso durante evento no Palácio do Planalto, Temer foi comedido e evitou gafes, como a cometida no Dia Internacional da Mulher. Na época, ele destacou a importância da mulher no controle de preços de itens do supermercado e na formação da sociedade, através da educação dos filhos.

Dessa vez, Temer preferiu destacar seu papel na criação da primeira delegacia da mulher, quando era secretário de Segurança Pública do governo de São Paulo. "O destino fez com que eu pudesse atentar para a realidade da mulher brasileira", afirmou.

O presidente destacou ainda que, quando era presidente da Câmara, introduziu a presença de mulheres entre os líderes e criou a primeira procuradoria da mulher na Casa. "Montamos hoje a Rede Brasil Mulher. É preciso que os homens participem do movimento", afirmou. "Queremos promover maior autonomia econômica e maior participação política da mulher."

Segundo Temer, a rede será uma ferramenta que vai dar eficiência às ações do governo direcionadas à mulher. Ele disse esperar que a rede promova a dignidade e a justiça no País. "Hoje, mais uma vez, temos que gritar: abaixo a violência contra a mulher", disse.

A rede vai atuar em eixos como saúde, educação, autonomia econômica e igualdade no mercado de trabalho, enfrentamento e combate à violência e fortalecimento da participação feminina em cargos públicos.

A rede terá um comitê executivo, compostos por integrantes da Secretaria de Governo e ministérios da Justiça, Educação, Trabalho, Cultura, Desenvolvimento Social e Saúde. O comando será da secretária Nacional de Políticas para Mulheres, a ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP). Ela se emocionou durante discurso em que destacou a luta contra a impunidade e para que as mulheres "possam ficar em casa e sair às ruas em paz".

"Os dias em que as mulheres mais apanham no Rio de Janeiro é nos dias de jogos de futebol", disse Fátima, citando convite para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) participar da iniciativa.

O comitê poderá convidar representantes de outros órgãos públicos federais, estaduais, distritais, municipais, organismos internacionais, organizações da sociedade civil e entidade empresariais para colaborar com a rede.

Perfume

Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, restrita a autoridades, Temer ressaltou a importância de ter transferido a Secretaria de Políticas para Mulheres para a sede do Poder Executivo, subordinando-a à Secretaria de Governo.

"Dá-se tal importância que a secretaria fica dentro do palácio do governo", afirmou. "Toda vez que trabalhamos em conjunto, de forma articulada, evitamos redundância e desperdício. Com a rede, haverá muito melhor entrosamento, melhor emprego de recursos e melhores resultados", disse Temer.

O ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy (PSDB), disse que o fato de a secretaria estar no Palácio tem "simbolismo" e "abre caminhos" pela proximidade com o gabinete de Temer. Segundo Imbassahy, todos queriam ter uma "pousada" no Palácio do Planalto. Ele abandonou o pronunciamento preparado e arriscou um comentário: "O perfume aqui no palácio é sempre motivo de alegria, porque aqui também, sinceramente, é sempre uma região árida, difícil de enfrentar os problemas do dia a dia. O presidente se esforça de maneira delongada para superar os conflitos".
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