Pesquisa do instituto Ipsos revela o que todos já sabem: os brasileiros estão cansados da política tradicional. Mas é interessante observar os resultados. O levantamento mediu a avaliação das principais lideranças do país.
Segundo a pesquisa, a maior avaliação negativa é para Eduardo Cunha (PMDB). Ele lidera a reprovação dos brasileiros com 77% dos votos dos entrevistados. Em seguida aparece a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), reprovada por 71%. Michel Temer (PMDB) assumiu em definitivo a Presidência da República, o que não significa que não tenha a imagem arranhada frente aos eleitores, que, diga-se de passagem, não o elegeram. A reprovação do peemedebista chega a 68%.
Nem o senador Aécio Neves (PSDB) escapou da fúria dos entrevistados. Para 64% deles, o tucano não tem uma boa imagem. Pelo contrário. O índice fica próximo da rejeição do ex-presidente Lula, 67%. A pesquisa foi realizada entre os dias 30 de julho e 9 de agosto, com 1.200 entrevistas presenciais em 72 cidades brasileiras.
E é um retrato do desgaste político por que passa o país. Muito mais que números, o levantamento mostra o quanto será difícil para o presidente Temer governar. Terá que ter o apoio de um Congresso devastado pela “Lava Jato”, uma oposição furiosa e um mercado que não quer saber de desculpas.
Délio e Kalil na disputa?
Que o candidato do PSDB à Prefeitura de Belo Horizonte, João Leite, estará no segundo turno é sabido por grande parte dos postulantes ao cargo de Marcio Lacerda (PSB). O que aguça a curiosidade e coloca gás nos estrategistas é a disputa pela segunda vaga.
Até o momento, as pesquisas de intenção de voto apontam que Alexandre Kalil (PHS) terá a vaga. Porém, a campanha ainda tem muito a mostrar. Um grupo de políticos com quem conversei acredita, com base em pesquisas internas e expertise no assunto, que Délio Malheiros (PSD) é quem mais deve ameaçar o posto de Kalil.
Na disputa pela segunda vaga, o percentual daquele que irá à reta final será bem próximo do percentual daquele que não conseguirá chegar ao segundo turno. Deve ser uma briga voto a voto.
Mudança na PF
A Polícia Federal em Minas está sob novo comando. Assumiu a superintendência estadual o delegado Robinson Fuchs Brasilino no posto deixado por Sérgio Menezes, que ingressou no Estado para trabalhar com o governador Fernando Pimentel (PT).
Repercutiu bem na classe a nomeação de Fuchs. Em Minas, ele atuou no combate à fraudes previdenciárias. Já foi superintendente da PF em Tocantins. É tido como um delegado rígido. A postura foi vista, por exemplo, no depoimento de Marcos Coimbra aos federais. Ele entrou pela porta da frente e não pela garagem.
Mais mudanças podem ocorrer na PF em Minas ainda neste mês.