Em pronunciamento à nação na tarde desta quinta-feira (18), o presidente Michel Temer garantiu que não renuncia à Presidência da República, após dizer que seu governo estava vivendo “o melhor e o pior momento” nesta semana, referindo-se, no primeiro caso, à divulgação de índices favoráveis para a economia, como a queda da inflação. "Não renunciarei, sei o que fiz, e sei da correção dos meus atos", reiterou o presidente.
Ele afirmou que a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe problemas para a administração do país. "Meu governo viveu nessa semana seu melhor e o pior momento: dados de geração de emprego, e a queda da inflação criaram condições de um país melhor. Houve contudo a revelação de uma conversa gravada clandestinamente que trouxe de volta o fantasma de crise política", disse.
Sem citar nomes, disse ainda que só teve conhecimento sobre a “ajuda” que o empresário Joesley Batista dava à família de Eduardo Cunha durante o telefonema gravado clandestinamente. Reiterou que, em nenhum momento, autorizou que os pagamentos fossem realizados. "Não solicitei que isso acontecesse e somente tive conhecimento deste fato nesta conversa pedida pelo empresário", afirmou. "Em nenhum momento, autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma razão singelíssima, exata e precisamente por que não temo nenhuma delação", afirmou.
O presidente disse ainda que exige investigação "plena e muito rápida para esclarecimentos ao povo brasileiro". "Não podem tardar as investigações". "Esta situação não pode persistir por muito tempo. Não podem tardar as investigações. Tanto esforço e dificuldades superadas. Meu único compromisso é com o Brasil. Só este compromisso que me guiará", finalizou.
Dia intenso
Na noite de quarta-feira (17), o jornal O Globo revelou que Joesley Batista, dono da JBS, havia divulgado à Polícia Federal uma gravação em que o presidente pede para que pagamentos continuem sendo feitos ao ex-deputado Eduardo Cunha. Desde o momento em que a notícia foi anunciada, o Palácio do Planalto tem buscado alternativas para reverter a principal crise do Governo Temer.
Alguns portais de notícia e colunistas da área política garantiram que Temer renunciaria durante o pronunciamento. Mesmo que a renúncia não aconteça, pedidos de impeachment estão sendo entregues às presidências do Senado e da Câmara dos Deputados por diferentes partidos.
Confira o pronunciamento:
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