(Marcelo Jabulas)
Quando a Fiat lançou o Mobi, em 2016, o carrinho era uma ofensiva ao Volkswagen Up, que tinha estreado dois anos antes para ser o modelo de entrada da marca alemã. Acontece que o Up teve expressiva ascensão dentro do portfólio da VW, com adoção de motor turbo e outros conteúdos, que o fizeram caro demais, bem acima da base do mercado. Assim, o Mobi ficou sozinho como opção mais barata do mercado até o segundo semestre de 2017, até a chegada do Renault Kwid.
O pequenino de origem indiana não demorou para se tornar referência na prateleira de baixo do mercado. E rapidamente se tornou o carro chefe da marca francesa. E a versão Outsider foi quase que um facada no peito da Fiat. Afinal o carrinho tinha multimídia, direção elétrica e um visual aventureiro mais interessante que a versão Way do italiano.
E para bater de frente, a Fiat lançou o pacote Extreme, que basicamente adiciona rodas de liga leve aro 14, faróis de neblina, ar-condicionado, rádio com CD (é isso mesmo!), porta USB e Bluetooth. Ainda é possível adicionar um pacote visual com adesivos no capô e nas laterais, além de teto preto, bem ao estilo do Argo Trekking.
São R$ 3 mil para dar um upgrade no carrinho. Por mais R$ 1.600 ainda é possível adquirir o rádio Connect, de baia dupla, mas sem funções multimídia. O banho de loja valoriza o aspecto do Mobi, e entrega mais dignidade à bordo, pois inclui itens de conforto que não existem na lista de série do popular.
No entanto, o que chama atenção é que a versão e seu pacote não incluem um item que é indispensável nos dias de hoje: o alarme. Quando configuramos o carro no site da montadora italiana não era possível adicionar o equipamento como opcional e nem mesmo como acessório. O mais interessante é que o alarme e destrava das portas na chave constam em outras versões.
Raio-x Fiat mobi way 1.0
O que é?
Hatch sub-compacto, quatro portas e cinco lugares.
Onde é feito?
Fabricado na unidade da FCA em Betim.
Quanto custa?
Entrada - R$ 42.340
Testado - R$ 46.980
Com quem concorre?
O Mobi tem como concorrente apenas o Renault Kwid. A versão Way disputa mercado com o Kwid Outsider (R$ 45 mil)
No dia a dia
O Mobi é um automóvel citadino por formação. Seus 3,59 metros de comprimento fazem dele um carrinho esperto no transito e fácil de encontrar estacionar. No entanto, suas proporções diminutas não o tornam um exemplo de conforto para quem viaja no banco traseiro.
Na verdade, quem vai atrás sofre com a falta de espaço. Mas o que se pode fazer, são apenas 2,30 metros de entre-eixos, e os reduzidos 215 litros do porta-malas não permitem muita bagagem.
Motor e transmissão
Motor Fire Evo 1.0 de 75 cv e 9,9 mkgf de torque está longe de entregar o mesmo comportamento e eficiência do moderno Firefly 1.0, mas ainda sim atende bem ao Mobi. A caixa manual de cinco marchas segue com os habituais “vícios” das transmissões Fiat, com engates imprecisos e curso longo.
Como bebe?
Abastecido com álcool, a unidade testada registrou média de 9,9 km/l, na cidade.
Suspensão e freios
Ajustada para absorver a buraqueira das vias brasileiras, a suspensão é firme, mas transmite muita vibração para a cabine. A altura livre da versão Way é 1,5 maior que das demais versões, muito em função dos pneus de uso misto, mas contribuem nas saídas de rampa, quebra-molas e buracos. Já o conjunto de freios com disco (frente) e tambor (atrás).
Palavra final
O Mobi é um carro que nasceu para suceder o Fiat Mille, mas chegou num momento em que o consumidor de populares perdeu poder de compra e prefere apostar num seminovo mais equipado do que num carrinho paupérrimo.
A versão Way e seu pacote Extreme tentam qualificar o carrinho, mas elevam seu preço, em que ele acaba encostando nas versões de entrada de modelos compactos, que oferecem mais conteúdos e espaço que ele.
Mesmo assim, a grande virtude do Mobi é sua versatilidade no trânsito. A versão aventureira faz uma massagem no ego do carrinho. O problema é que o Mobi é um carro caro, mesmo sendo um dos mais baratos do mercado.