(Mark Ralston/AFP)
NOVA DELHI - O primeiro-ministro tibetano no exílio pediu nesta sexta-feira para seus compatriotas não celebrarem o ano novo tibetano, no dia 11 de fevereiro, em sinal de respeito às pessoas que se queimaram vivas nos últimos três anos para protestar contra o domínio chinês na região do Tibete.
Desde fevereiro de 2009, 99 tibetanos, entre eles muitos monges, atearam fogo em seus próprios corpos e 83 faleceram pelas queimaduras, segundo os últimos números do governo tibetano no exílio em Dharamsala, no norte da Índia.
"Devido à persistência desta trágica situação, peço aos meus compatriotas tibetanos que não celebrem o 'Losar' (o ano novo tibetano) nem suas festas tradicionais", declarou em um comunicado o primeiro-ministro tibetano no exílio, Lobsang Sangay.
"Peço a vocês que apenas pratiquem os rituais religiosos habituais", como a visita aos templos e o rito das oferendas, acrescentou, incentivando os tibetanos a vestir seus trajes tradicionais "para mostrar nossa identidade e nossa tradição".
Muitos tibetanos já não suportam a crescente dominação dos Han, a etnia majoritária na China, na região do Tibete, e a repressão de sua religião e de sua cultura.
Pequim rejeita estas acusações e considera que os tibetanos se beneficiam da liberdade de culto. O governo ressalta os importantes investimentos realizados para a modernização do Tibete e para uma melhor qualidade de vida de seus habitantes.