O tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para crimes de guerra cometidos na antiga Iugoslávia absolveu nesta quinta-feira (29) o ex-primeiro-ministro kosovar Ramush Haradinaj e dois ex-combatentes do Exército de Libertação de Kosovo (ELK) de acusações de assassinato e tortura durante a guerra que resultou na independência do território, no fim dos anos 1990.
Haradinaj, de 44 anos, e Idriz Balaj, de 41, foram julgados por seis acusações de assassinato e tortura de sérvios e não-albaneses. Já o terceiro acusado, Lahi Brahimaj, de 42 anos, enfrentou quatro acusações pelo seu papel na luta entre as guerrilhas da Albânia que lutavam por independência e as forças de Belgrado, lideradas pelo ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic.
As absolvições resultam da primeira vez que o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), estabelecido em Haia, aceitou recurso a sentenças emitidas anteriormente. Em 2008, o trio já havia sido absolvido pelo TPII, mas o julgamento foi considerado um "aborto da justiça" em meio a denúncias de intimidação a testemunhas de acusação.
Haradinaj regressou ao Kosovo nesta quinta mesmo. Ele foi recebido em Pristina pelo atual primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaci, e prometeu voltar à política agora que foi absolvido novamente pelo TPII. "Vou trabalhar com todos vocês para levar esse país para a frente", declarou Haradinaj ao desembarcar. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
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