Trabalho e sensibilidade

08/04/2016 às 13:55.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:51
 (Nélio rodrigues)

(Nélio rodrigues)

A decoradora e arquiteta Olga Ullmann nasceu em Belo Horizonte há 50 anos. Na infância, as muitas brincadeiras nos fins de semana eram na fazenda da família. Dirigia trator no colo do pai para preparar a terra para o plantio e tinha liberdade de correr no campo com os amigos. “Eram momentos saudáveis e divertidos, como acampar e brincar de pique-esconde”, recorda.

A mãe era intelectual; a ensinou e incentivou a ler até editoriais dos jornais. Apresentou também os grandes escritores brasileiros. “Uma mulher sensível, que fazia do trabalho social e cultural uma forma de ajudar as pessoas”, conta. “Já meu pai, sempre vi como a força do trabalho que saiu do país natal sem nada e conseguiu vencer no Brasil”.

“Seu eu pudesse fazer Belo Horizonte perfeita, colocaria uma praia. Gosto muito daqui”

Os amigos de Olga eram de vários grupos, do time de vôlei no Minas Tênis Clube às turmas do colégio. O espírito alegre e espontâneo dela a destacava. “A gente não perde nada por ser alegre. Tem que acordar cedo e agradecer o dia lindo”, ensina.

A arquiteta e decoradora sempre acreditou no casamento eterno e consegue separar o que é bom e o que é ruim em uma relação a dois. “Sei exatamente como conduzir a convivência com calma e aceleração para dar certo”.

Olga define a maternidade como algo indescritível. A superproteção e a educação que a ajudaram a moldar o caráter dos três filhos são a colaboração dela para o mundo. “O maior legado que deixo para eles foi mostrar que vencemos em qualquer lugar do mundo, trabalhando com honestidade”.

“O maior legado que deixo para os meus filhos é mostrar a eles que vencemos em qualquer lugar do mundo, trabalhando com honestidade”

O Museu Abílio Barreto era um dos passeios que Olga fazia quando criança e despertou nela o interesse pela história da capital mineira. É o lugar “eleito” quando precisa de tranquilidade para refletir. Ao lado fica a igreja Santo Inácio de Loyola, refúgio onde busca conforto espiritual.

Olga não consegue imaginar a cidade nos próximos cem anos. Mas como filha da terra e arquiteta, deseja uma capital com mais quarteirões fechados, ampliação da linha do metrô e cabos de energia em galerias subterrâneas.
 

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