Trajetória musical

Prêmios, sucesso, reconhecimento: o montes-clarense Sérgio Henrique Damasceno fez da música uma companheira de vida

Adriana Queiroz Repórter
O Norte Montes Claros
27/02/2020 às 18:23.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:46
 (LEONARDO QUEIROZ)

(LEONARDO QUEIROZ)

O músico Sérgio Damasceno nasceu na década de 1960, período de efervescência da Jovem Guarda, dos Beatles, da Bossa Nova, da Tropicália e do jazz. Passou pelo Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez (Celf), onde iniciou seus estudos como aluno de piano.

“Passei a frequentar aulas particulares com o professor, músico e compositor Wanderdaik Fernandes, que me ensinou as primeiras notas na flauta, ponto de partida essencial para a minha evolução musical ao longo do tempo. Nem sempre a gente consegue demarcar o início de tudo em nossas vidas”, conta. 

O artista cresceu ouvindo clássicos e a boa música brasileira, italiana e americana na casa dos avós. O pai tocava acordeom; a irmã Rosa Damasceno é dona de uma linda voz, formada no CELF e professora de música; e o irmão Loi também é músico.
“Acho que a música sempre me rondou. Sem me programar, de repente ela se tornou parte de minha vida, uma das minhas melhores experiências. Ainda na adolescência comecei a tocar violão, flauta, e a composição foi fluindo naturalmente”, revela. 

Grupo Agreste

Na década de 1980, Sérgio Damasceno criou, junto com amigos, o grupo “Agreste”. Ele era flautista e vocalista. Participou de festivais e, para a própria surpresa, foi premiado com o primeiro lugar, de melhor instrumentista, no “Festival da Canção”, realizado na cidade de Curvelo. 

Após vários eventos bem-sucedidos, resolveu dar uma parada. Depois de um intervalo para se dedicar a outros interesses, retorna com muita alegria, entusiasmo e motivação. 
“Na verdade, uma das coisas que mais me motiva é a receptividade da minha música junto aos amigos. Compartilhar é o melhor dos prêmios”, conta.

Damasceno gravou com o grupo Agreste dois discos, dos quais foram extraídas duas músicas para a trilha sonora da telenovela “Rosa Baiana”, escrita por Lauro César Muniz, produzida e exibida pela Rede Bandeirantes, em 1981. 
“Tive o prazer de participar também da gravação do primeiro disco do amigo Tom Andrade, disco que surgiu após a premiação no festival de Januária, com a música ‘Meu Rio’, composição de Tom Andrade, interpretada por ele mesmo, ao violão e voz, e a minha interpretação com harmonia melódica”, conta. 

Foram muitas viagens com o Agreste para a realização de shows em cidades universitárias como Passos-MG, por mais de uma vez. Tocaram juntos também no programa Som Brasil, apresentaram-se no maior festival realizado em Montes Claros (Fucap), no Campo do Cassimiro, na década de 1980.
“Levamos nossa música também a Juiz de Fora (na Zona da Mata). Em nossa música, o apreciador vai encontrar simplicidade, mensagem sobre o gosto de viver, o amor à natureza, o prazer de estar com pessoas”, diz.
 
Shows
Recentemente, o artista se apresentou ao lado do grupo Curriola Catrumana. “Depois de prestar uma homenagem ao amigo e parceiro da música, Ildeu Braúna que não está mais entre nós, Marcílio Maia teve a ideia de formar um novo grupo, que vem se apresentando em eventos importantes, como a Festa Nacional do Pequi”. 

Sérgio também tem se apresentado ao lado dos músicos Marcos Paracatu e Tico Lopes, formando o Trio Di 3. “Fizemos um show no Curralzim do Boi nos dias 21 e 22 deste mês, e o público foi curtir a boa música”, conta.

Sérgio continua sendo muito requisitado para as apresentações na cidade. Atualmente, tem gravado e acompanhado grandes artistas. E o segredo para se manter no circuito, segundo ele, é a própria magia da arte musical, que propicia essa permanência. “Há uma espécie de energia que atrai pessoas sensíveis a essa forma de expressão. Realmente eu tenho contado com essa feliz ressonância”.

  

Um grupo com história
O Grupo Agreste era integrado por jornalistas, sociólogos, poetas e um artista plástico. Era formado por Pedro Boi, vocalista e violonista; Gutia, no violão; Zé Chorró, artista plástico e baixista; Sérgio Damasceno, na flauta transversal; Tom Andrade, no vocal e violão, e Manoelito, Toninho e Ildeu Braúna na percussão. O grupo procurava fazer uma música baseada nas influências musicais do Norte de Minas Gerais e fez parte da efervescência da música regional brasileira nas décadas de 1970 e 1980

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