Trânsito continua tirando inúmeras vidas em Minas Gerais

Do Hoje em Dia
27/12/2012 às 07:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:04

A matança provocada pelo trânsito nas estradas e nas ruas não deu trégua neste Natal, apesar da nova legislação que agrava as penalidades para quem dirige embriagado. Só nas estradas federais localizadas em Minas, 28 pessoas morreram e 322 ficaram feridas nos 475 acidentes ocorridos entre sexta-feira e o feriado natalino. Nas ruas de Belo Horizonte, chocou principalmente a morte trágica de uma menina de dois anos, esmagada na calçada, por um carro dirigido por um rapaz de 18 anos alcoolizado.

Desde 2008, o Brasil vem tentando reduzir o número de acidentes causados pelo álcool. A lei nº 11.705/08, que entrou em vigor em junho daquele ano, punia com multa de R$ 955 e perda da carteira de habilitação quem fosse pego dirigindo depois de beber. No ano anterior, a Polícia Rodoviária Federal havia autuado 6.950 motoristas embriagados. Com o tempo, a lei foi sendo ignorada por grande número de motoristas que conseguiam escapar da punição simplesmente se recusando a fazer o teste do bafômetro ou o exame de sangue. Além disso, bares próximos das rodovias ainda vendem bebidas alcoólicas.

Na última sexta-feira, entrou em vigor lei mais rígida, e esperava-se que, com ela, fosse menos arriscado viajar durante o feriado de Natal, o que não ocorreu nas rodovias federais, em Minas. E não foi por falta de fiscalização. Balanço divulgado na manhã de quarta-feira (26) revela que os patrulheiros autuaram 2.312 motoristas por infrações diversas. Em consequência da nova lei, 71 motoristas foram multados e 20 encaminhados para a delegacia por consumo de álcool. O número de testes de bafômetro feitos ultrapassou os dois mil.

Para punir motoristas embriagados, já não se exigem testes e exames clínicos. A presença de álcool ou de substância psicoativa pode ser caracterizada pelas autoridades a partir de simples observações ou mediante depoimentos e provas testemunhais, para a aplicação de multa de R$ 1.915 e perda do direito de dirigir por um ano, além da apreensão do veículo. A punição independe também do teor de álcool no sangue.

Como outras leis existentes no Brasil, é preciso esperar algum tempo, para saber se ela chegou para valer – ou seja, para reduzir a matança em estradas e ruas causada pelo consumo de drogas – ou se será possível escapar de seu rigor e continuar matando e aleijando pessoas e animais. Pois, como se viu na edição de quarta-feira deste jornal, animais também são vítimas da irresponsabilidade no trânsito.

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