(Reprodução site Vaticano )
O papa Francisco reiterou seu posicionamento contrário ao aborto em discurso para farmacêuticos de hospitais italianos nesta quinta-feira (14). O líder da Igreja Católica afirmou que o aborto voluntário é “homicídio” e defendeu que profissionais da saúde possam se recusar a realizar o procedimento, mesmo em casos permitidos por lei.
"Sobre o aborto, sou muito claro: trata-se de um homicídio e não é lícito tornar-se cúmplice. Nosso dever é estarmos próximos das mulheres para que não se chegue a pensar na solução abortiva, que, na realidade, não é uma solução", afirmou o líder católico.
Francisco já havia usado o termo “homicídio” para tratar do tema em setembro deste ano, durante entrevista coletiva. Na ocasião, o papa foi perguntado sobre dar a comunhão a políticos que apoiam a legalização do aborto e respondeu repreendendo o apoio, mas afirmando que nunca negou a eucaristia a ninguém.
"Vocês sempre estão a serviço da vida humana, e isso pode comportar, em certos casos, a objeção de consciência, que não é infidelidade, mas sim fidelidade à sua profissão. E também é uma denúncia das injustiças contra vidas inocentes e indefesas", disse o papa aos profissionais de saúde.
Na Itália, o aborto é legalizado desde 1978, mas profissionais de saúde podem se recusar a realizá-lo alegando motivações éticas. De acordo com dados do Ministério da Saúde do país, mais de 70% dos ginecologistas eram objetores à interrupção da gestação.
Brasil
A Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) tem posicionamento alinhado ao do Papa Francisco. Recentemente, o secretário-geral da instituição, bispo dom Joel Portella Amado reiterou a desaprovação ao aborto em qualquer situação. Na ocasião, ele comentava sobre a decisão judicial que autorizava a interrupção da gravidez de uma criança de dez anos, que era abusada pelo tio.
No Brasil, o aborto é considerado crime. No entanto, em casos em que o prosseguimento da gravidez implique risco à vida da mulher, de gravidez resultante de estupro e de anencefalia do bebê o procedimento pode ser realizado sem punição para a gestante e para a equipe médica.
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