Três debates na última semana vão expor tática do vale-tudo

13/09/2016 às 20:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:49

Se o enfrentamento é pequeno e indireto por meio de manifestações no horário gratuito de televisão e rádio e discursos dispersos, os candidatos a prefeito de Belo Horizonte terão três oportunidades de confronto direto na última semana de campanha, quando partirão para o tudo ou nada. Oito dos 11 postulantes, de acordo com a legislação eleitoral, irão participar dos debates realizados pela Rede Record, TV Alterosa e Rede Globo Minas, respectivamente nos dias 25, 27 e 29 de setembro, às vésperas da votação de 2 de outubro. As emissoras optaram por deixar de fora os candidatos de partidos que não têm direito assegurado pela legislação eleitoral (possuir bancada com mais de nove deputados federais), como Eros Biondini (Pros), Maria da Consolação (PSOL) e Vanessa Portugal (PSTU), e desconheceram a possibilidade de chamar todos, conforme autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os debates serão verdadeira e ampliada batalha dos embates que já acontecem em menor escala no dia a dia das campanhas. O candidato do PHS, Alexandre Kalil, que adotou o estilo do antipolítico, de depreciar todos os concorrentes, será o alvo preferido, especialmente, por aqueles que desejam tomar o seu posto no segundo lugar e alcançar o passaporte para o segundo turno. Estão armados até os dentes, os candidatos Délio Malheiros (PSD), Rodrigo Pacheco (PMDB) e Reginaldo Lopes (PT). O comitê de Délio é o mais empolgado com a estratégia, baseado em prévias feitas (os chamados tracking) que estariam apontando resultados.

Ninguém vislumbra outra saída além da desconstrução do rival, e até o líder das pesquisas, João Leite (PSDB), acredita que a briga da turma do andar de baixo poderá lhe favorecer. Escaldado por outras duas derrotas eleitorais consecutivas ao mesmo cargo, o tucano continua sonhando com a vitória no primeiro turno.

Cunha é o centro do furacão
A acachapante derrota do ex-presidente da Câmara dos Deputados, por 450 votos contrários, poderá levar Eduardo Cunha a recuar de sua sanha vingativa e delatora. Até porque, ele está e é o centro do furacão. Cada confissão que fizer, envolverá e agravará ainda mais a própria situação por contas das intermináveis práticas criminosas. Sua situação se assemelha a do operador Marcos Valério, pivô dos escândalos dos chamados ‘mensalões do PT e do PSDB’, condenado a 37 anos de prisão em um dos crimes e com muita coisa para dizer. Se nada contou até agora é porque a pena obtida já representaria um benefício ante a que merecia.

Não ficará pedra sobre pedra
Após a campanha eleitoral, o STF entrará em campo contra a corrupção, conforme demonstrado nos discursos feitos durante a posse da nova presidente, a mineira Cármen Lúcia. O decano Celso de Melo afirmou que os “infiéis da causa pública” enfrentarão a “severidade das sanções criminais” e serão “punidos exemplarmente” por “práticas desonestas”. O procurador geral Rodrigo Janot foi na mesma linha.

Cumprimentos de quatro horas
Como seus convidados postados na imensa fila, a nova presidente do Supremo, Cármen Lúcia, exibiu preparo físico para receber cumprimentos por mais de três horas após a posse. Na hora da festa, no entanto, ela recusou o convite. 

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