Três governos pedem que seus cidadãos deixem Benghazi

Agência Estado
24/01/2013 às 17:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:05

Os governos do Reino Unido, Alemanha e Holanda pediram a seus cidadãos nesta quinta-feira (24) que deixem imediatamente a cidade de Benghazi, no leste da Líbia, depois do que foi descrito como uma ameaça iminente contra ocidentais. O governo líbio, por sua vez, afirmou que nada justifica o alerta.

"Nada justifica esta reação", declarou o vice-ministro do Interior, Abdullah Massoud, acrescentando que "há pontos de interrogação sobre o comunicado (britânico)". Ele afirmou estar "espantado" com o tom do documento divulgado nesta manhã pela chancelaria britânica, mas não citou a medida tomada pelos demais países.

Segundo uma fonte com conhecimento da questão, a ameaça parece ter ligação com extremistas islâmicos. A fonte, que pediu para não ser identificada, disse que o governo britânico sabe que o grupo Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqim) usa o norte do Mali como base de operação e mostrou ter capacidade para viajar longas distâncias para realizar seus ataques. O Aqim e outros grupos se espalharam por um território que abrange o Mali, Argélia, Líbia e Chade. Autoridades europeias disseram à Associated Press que escolas estão entre os potenciais alvos de ataques.

A advertência sobre Benghazi, que abriga os escritórios de muitas empresas estrangeiras do setor petrolífero, foi feita depois de o governo líbio ter declarado, na quarta-feira, que estava intensificando a segurança em seus campos de exploração de petróleo após o ataque a uma usina de gás na Argélia na semana passada. O ataque, contra uma instalação operada pela britânica BP, pela norueguesa Statoil e pela estatal argelina Sonatrach, deixou pelo menos 37 trabalhadores estrangeiros mortos.

A medida tomada pelos governos alemão, britânico e holandês ocorreu também um dia depois de a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton ter testemunhado no Congresso a respeito do ataque realizado contra a missão diplomática dos Estados Unidos em Benghazi em 11 de setembro de 2012, que resultou na morte do embaixador norte-americano na Líbia e outros três norte-americanos.

A questão foi levantada no momento em que tropas francesas combatem militantes ligados à Al-Qaeda no Mali, e depois de dezenas de estrangeiros terem sido feito reféns por extremistas islâmicos na Argélia, embora ainda não esteja claro se esses dois eventos têm ligação com as preocupações dos países europeus a respeito da Líbia.

Os ministros de Relações Exteriores dos três países emitiram comunicados descrevendo vagamente a ameaça como específica e iminente, mas sem dar detalhes. Alemanha e Reino Unido pediram a seus cidadãos que ainda estão em Benghazi que deixem o local "imediatamente", enquanto o porta-voz do ministério de Relações Exteriores da Holanda, Thijs van Son, disse que "permanecer na área não é aconselhável". As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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