Esperança!

Treze refugiados da Ucrânia tentam refazer a vida em BH depois de viver os horrores a guerra

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
05/05/2022 às 20:42.
Atualizado em 05/05/2022 às 21:04

Acolhimento com carinho e respeito para tentar refazer a vida depois de enfrentar os horrores da guerra na Ucrânia. É desta forma que treze refugiados de quatro famílias do Leste europeu estão sendo recebidos desde que desembarcaram em Belo Horizonte no último sábado (30).  

“Os ucranianos chegaram com documentação precária e muito abalados pelo que viveram e por terem deixado familiares na Ucrânia e em outros países como na Polônia", explica o pastor Braúlio Moura Porcaro. 

O grupo de refugiados está recebendo apoio de uma igreja evangélica da capital, que providenciou a hospedagem em um hotel. Para vencer a barreira do idioma, eles contam com a ajuda de 3 voluntários da Ucrânia que moram em Belo Horizonte. 

(Faculdade Arnaldo / Divulgação)

(Faculdade Arnaldo / Divulgação)

Nesta quinta (5) os ucranianos puderam fazer tratamento de dentário de graça em uma faculdade em BH. E foram levados a um salão de beleza, onde puderam cortar o cabelo, fazer a barba, unha e maquiagem.

 (Bráulio Porcaro)

(Bráulio Porcaro)

(Bráulio Porcaro / Acervo pessoal)

“Impressionante como todos já melhoraram a autoestima desde que chegaram”, afirma o pastor Braúlio Moura Porcaro que está acompanhando os refugiados. 

Graças à rede de apoio, as famílias já conseguiram regularizar parte da documentação. Eles foram levados para passear por pontos turísticos da Capital como a Praça do Papa onde puderam experimentar, pela primeira vez, água de coco e pipoca. 

(Bráulio Moura Porcaro)

(Bráulio Moura Porcaro)

Histórias dos refugiados 

No grupo, cinco crianças, uma mulher de 66 anos, duas irmãs  de 22 e 24 anos e um casal com três filhos trouxe apenas três malas e algumas sacolas. Parte do grupo veio de Lviv, no Oeste da Ucrânia, e conseguiu fugir a pé ou de ônibus pela Polônia.  

A Elena, de 66 anos, veio sozinha, depois que os filhos foram para outros países como refugiados. Pouco antes da guerra ela ficou viúva. Outras duas irmãs de 22 e 24 anos contaram que conseguiram fugir pouco antes do exército russo chegar, mas tiveram que deixar os pais para trás. 

Uma das mulheres conseguiu sair com os filhos de 3 e de 10 anos, mas o marido teve que ficar para combater no exército ucraniado contra os russos. 

Bráulio explica que nos próximos dias as famílias serão transferidas para apartamentos que ja foram alugados na capital pelo prazo de um ano.

“Vamos oferecer todo apoio e assistência para que os refugiados, inclusive, buscar trabalho, assim que toda documentação estiver regularizada”, afirma Braúlio.

A adaptação tem sido melhor do que o esperado. “Apesar de ter deixado parte da família para trás, eles se sentem mais seguros por estarem longe da área de conflito”, conta o pastor.

Na capital, eles já experimentaram o tradicional pão de queijo e  gostaram. No próximo sábado, foram convidados para um churrasco. “São pequenos detalhes que fazem cada um deles voltar a sorrir”, valoriza Braúlio. 

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