(Aizar Raldes/AFP)
A denúncia contra a presidente da Argentina, Cristina Kirchner por um suposto plano para encobrir os iranianos suspeitos por um atentado terrorista em 1994 foi formalmente arquivada nesta terça-feira (12), por uma decisão do tribunal penal máximo do país. A denúncia havia sido apresentada em 14 de janeiro pelo promotor Alberto Nisman, que apareceu morto com um disparo na cabeça quatro dias depois, por causas ainda investigadas pela Justiça.
A Câmara de Cassação Penal resolveu respaldar a decisão do procurador-geral ante esse tribunal, Javier De Luca, que em 20 de abril argumentou que os fatos imputados contra a presidente "não configuram delito" e não prosseguiu com a ação penal. Um juiz federal e um tribunal federal haviam se pronunciado na mesma linha, no fim de fevereiro e em março, respectivamente.
Com isso, o caso contra a presidente somente poderia ser reaberto se aparecessem novas provas ou outros indícios.
Segundo Nisman, o governo havia combinado com o Irã um plano para proteger os iranianos acusados pelo ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), no qual morreram 85 pessoas. Em janeiro de 2013, Buenos Aires e Teerã assinaram um memorando de entendimento, com a intenção declarada de avançar na investigação do atentado. O documento, porém, não entrou em vigor pois foi considerado inconstitucional por um tribunal federal argentino. Para Nisman, o objetivo desse memorando era restabelecer as relações comerciais entre os países e trocar grãos por petróleo, no contexto da crise energética do país latino-americano. A presidente sempre negou as acusações.
Fonte: Associated Press.
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