O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, ameaçou neste sábado (21) expulsar embaixadores estrangeiros, acusando-os de um grande esquema de corrupção e suborno contra pessoas próximas a seu governo. A polícia de choque, por sua vez, ficou de prontidão enquanto centenas de pessoas protestavam contra o governo turco.
Erdogan fez as acusações após os filhos de dois ministros serem presos, junto com outras pessoas, incluindo o executivo-chefe do estatal Halkbank, Suleyman Aslan. No total, 24 pessoas foram detidas, acusadas de aceitar, ou facilitar subornos, afirmou a agência de notícias Dogan. A imprensa turca relatou que a investigação está relacionada a transferências de dinheiro ilícito para o Irã e suborno em grande escala para projetos de construção. Reportagens da mídia turca disseram que a polícia encontrou US$ 4,5 milhões escondidos em caixas de sapato na casa de Aslam.
Erdogan afirmou que a "operação suja" foi planejada para atingir seu governo antes das eleições locais em março. A votação é vista como um voto de confiança em seu mandato de uma década, que tem sido abalado por protestos contra o que os críticos chamam de um crescente regime autoritário. Erdogan deverá concorrer nas eleições presidenciais de agosto, já que está impedido de disputar um quarto mandato como primeiro-ministro. As eleições gerais estão marcadas para 2015.
"Alguns embaixadores estão engajados em atos provocativos", afirmou o primeiro-ministro hoje na cidade de Samsun. "Cumpram seus deveres. Se vocês excederem seu poderes, este governo vai exercer sua autoridade no limite. Nós não somos obrigados a mantê-los no país."
Aproximadamente 500 pessoas realizaram manifestações na capital do País Ancara neste sábado, pedindo que o governo renuncie devido às suspeitas de corrupção. Protestos similares também ocorreram nas cidades de Istambul e de Izmir.
Embora não tenha identificado os embaixadores, Erdogan tem apoiado alegações em jornais pró-governo, que acusam os Estados Unidos e o embaixador norte-americano de estarem por trás da investigação de corrupção que tem detido aliados políticos, incluindo ministros e o prefeito de um distrito de Istambul, que é um reduto de seu Partido Justiça e Desenvolvimento.
O jornal favorável ao governo, Yeni Safak, escreveu neste sábado, "Saia desse país", uma manchete aparentemente destinada ao embaixador norte-americano Francis Ricciardone. A embaixada dos EUA negou as acusações, classificando-as como "mentiras e calúnias". Fonte: Associated Press.
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