Com as novidades, universidade passa a ofertar 97 cursos de graduação
Criação dos três cursos atende a fortes demandas da sociedade, informa a UFMG (Marcílio Lana / UFMG)
Formações atendem fortes demandas da sociedade e são pioneiras: uma é gerida de forma equânime por duas unidades acadêmicas, e as licenciaturas são as primeiras no Instituto de Ciências Agrárias
Três novos cursos de graduação serão oferecidos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a partir de 2025: Engenharia de Computação, gerido de forma compartilhada pela Escola de Engenharia e pelo Instituto de Ciências Exatas (ICEx), e as licenciaturas em Matemática e em Ciências da Natureza, no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), no campus regional de Montes Claros.
Com as novidades, universidade passa a ofertar 97 cursos de graduação. A criação das novas formações foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário, em 14 de novembro.
Os cursos de Licenciatura em Matemática e de Licenciatura em Ciências da Natureza utilizam o mecanismo das estruturas formativas de tronco comum, que permite o ingresso único no processo seletivo e livre escolha do curso vinculado no qual colará grau. Parte das atividades acadêmicas curriculares dos cursos de tronco comum tem gestão compartilhada e se articula em eixos temáticos comuns aos cursos.
A UFMG adotou o mecanismo pela primeira vez em 2024, quando passou a oferecer os cursos de Arqueologia (tronco comum com Antropologia) e de Engenharia de Materiais (com Engenharia Metalúrgica).
A criação dos três cursos atende a fortes demandas da sociedade, destaca a universidade.
No caso dos novos cursos do ICA, o objetivo foi plenamente alcançado quando foram vencidas dificuldades como ineditismo da oferta de licenciaturas na unidade e a ausência de abordagem interdisciplinar entre licenciaturas de áreas afins.
“Além disso, houve várias mudanças nas Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de formação de professores para a educação básica, o que obrigou a adaptações. E é preciso lembrar que o projeto é inovador, na medida em que, de maneira geral, as licenciaturas são vinculadas a bacharelados, constituem quase uma extensão deles”, explica o pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira, acrescentando que, pela primeira vez, duas licenciaturas usam o recurso do tronco comum.
Os estudantes selecionados vão ingressar juntos, e nos três primeiros períodos serão priorizadas a formação pedagógica e a construção da identidade do professor. A partir daí, o graduando escolhe entre os cursos de Matemática e Ciências da Natureza, neste caso com três habilitações: Ciências Biológicas, Física e Química.
O curso de Engenharia de Computação abrirá 80 vagas por ano, com entradas semestrais. A formação terá duração-padrão de dez semestres, e as atividades serão vespertinas.
O diretor da Escola de Engenharia, Cícero Starling, comenta que o processo de estudos sobre o novo curso culminou na “construção dessa ponte sólida, segura e moderna”, que envolve a participação de três departamentos: os de Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica e Ciência da Computação.
Segundo Starling, a formação vai ampliar o espectro de atuação da UFMG na área de Computação, cobrindo aspectos novos e complementares aos de outros cursos da Engenharia e do ICEx. Engenharia de Computação será o 13º curso de graduação da Escola.
Como explica o vice-diretor do ICEx, Renato Celso Ferreira, a nova formação é a parte que faltava no ensino da computação.
“O curso vem preencher uma lacuna, que é o foco aprofundado no dispositivo físico, o hardware, e isso envolve engenharia, física, novos materiais, nanotecnologia. Considerando os cursos sediados no ICEx, o lado da aplicação é atendido pelo curso de Sistemas de Informação, e o do software, pelo de Ciência da Computação”, ele diz.
Ainda segundo Ferreira, algumas universidades já oferecem esse curso, e muitas empresas manifestaram à UFMG o interesse na iniciativa.
“A criação das licenciaturas atende a uma demanda que não é só da UFMG ou do ICA. É uma demanda social, um clamor dos dirigentes de escolas estaduais e municipais, interessados em fortalecer a formação de professores da educação básica do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha”, diz o diretor do campus regional de Montes Claros, Helder dos Anjos Augusto. Ele ressalta que as diretrizes curriculares nacionais para preparação de professores preconizam que a formação acadêmica é condição essencial para as atividades docentes em todas as etapas e modalidades. Sessenta novos alunos vão ingressar no primeiro semestre de cada ano; a duração-padrão dos cursos é de dez semestres, e as atividades serão ministradas no turno noturno.
Helder acrescenta que a oferta das disciplinas das novas licenciaturas – Matemática e Ciências da Natureza (Física, Química e Ciências Biológicas) – no noturno será útil também para os alunos do ciclo básico de outros cursos do ICA que precisarem repetir uma disciplina em que tiverem sido reprovados no primeiro semestre letivo (o ingresso é anual em Montes Claros). Ele informa que o ICA dispõe de estrutura adequada para os dois novos cursos à noite – atualmente, a única formação nesse horário é Administração.
“Temos laboratórios diversos, gabinetes para professores e salas para coordenação. Em breve, vamos inaugurar aqui no Instituto um laboratório interdisciplinar de práticas pedagógicas”, anuncia o diretor do campus regional.