Sindicato que representa a categoria reclama da maneira como processo, que pode chegar a 230 colaboradores desligados, está sendo conduzido
(Maurício Vieira / Hoje em Dia)
A concessionária que administra o metrô de Belo Horizonte, que assumiu o modal em março do ano passado, deu início ao plano de demissões. O processo envolve cerca de 230 funcionários e 185 já foram desligados, com a garantia da "normalidade da operação", mesmo com as baixas. As demissões serão tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) nesta terça-feira (9).
"Desleal e irresponsável", assim o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro) definiu a decisão da Metrô BH, acusando a concessionária de não "apresentar um calendário de demissões que ao menos avise o (a) trabalhador (a) da perda do emprego". As 185 demissões ocorreram na sexta-feira (8).
O Sindmetro confirmou ter se reunido junto com a concessionária, seguindo o protocolo previsto por lei, quando foi informado a respeito das demissões. No entanto, reclamou não ter havido "abertura para diálogo".
"A Metrô BH, por ter o maior poder de barganha, impôs o plano de demissão e não deu ouvidos para as contrapropostas apresentadas pelo Sindicato - que visam mitigar o forte impacto da perda do emprego. A empresa sacrifica todos os gastos necessários para um bom serviço em detrimento do lucro privado", denuncia o sindicato.
Em nota enviada ao Hoje em Dia, o Metrô BH informa que o contrato de concessão prevê estabilidade de um ano para os colaboradores da antiga CBTU-MG, finalizada no último dia 23. E que a pedido dos próprios colaboradores, a empresa ofertou Planos de Demissão Voluntária e o Plano de Demissão Consensual, no decorrer do primeiro ano de gestão.
"A fim de continuar a adequação da empresa, mantendo a produtividade operacional, o Metrô BH lançou um plano de desligamento na primeira semana de abril. Mediada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, entre a empresa e o sindicato da categoria, essa ação garantiu benefícios sociais para além das leis trabalhistas", salienta a concessionária, que afirma ter realizado os planos de demissão "de maneira planejada, garantindo a normalidade da operação".
Na ALMG
Os trabalhadores do setor serão ouvidos em audiência pública na ALMG, nesta terça-feira (9), organizada pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Casa e que irá discutir as condições de trabalho dos metroferroviários após a privatização do metrô, vendido ao Grupo Comporte por R$ 25,7 milhões, em leilão realizado em dezembro de 2022.
A Metrô BH, empresa do Grupo Comporte, assumiu a concessão do sistema de transporte coletivo sobre trilhos da Região Metropolitana de Belo Horizonte em 23 de março do ano passado.
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