Um retrato do desemprego nas principais capitais

Hoje em Dia
31/01/2014 às 06:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:42

Apesar dos protestos iniciados em São Paulo em junho e que se estenderam a outras cidades, como Belo Horizonte, a pesquisa do IBGE divulgada na manhã de quinta-feira (30) revela que, em 2013, o índice de desemprego nas seis regiões metropolitanas foi o menor desde 2002, ano em que essa Pesquisa Mensal de Emprego (PME) começou a ser feita no país.

No ano passado, não passou de 5,4% a taxa média anual de desocupação nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O desemprego em dezembro, de 4,3%, é a menor taxa mensal dos últimos 11 anos. A taxa média de desemprego nessas regiões era de 12,4% em 2003, e só não registrou queda nos anos de 2006 e 2009.

Outra boa notícia é que o rendimento médio real dos moradores nas regiões metropolitanas também aumentou no ano passado, em comparação com dezembro de 2012, com exceção de Salvador e Belo Horizonte. Na RMBH, houve queda de 0,7%. Pelos dados do IBGE, a renda média subiu 1,8% em 2013, para R$ 1.929,03. É um percentual menor que em 2012, quando avançou 4,1%. A desaceleração foi provocada por menor facilidade de crédito – cujos juros subiram –, por reajuste mais baixo do salário mínimo e por inflação mais alta. Problemas que podem se repetir neste ano.

Um dado que se destaca nessa última pesquisa do IBGE é que, desde 2003, o salário dos trabalhadores com carteira assinada, de cor preta ou parda, subiu 51,4%, enquanto o dos brancos aumentou 27,8%. Apesar disso, eles ganham em média apenas 57,4% do valor do salário pago aos trabalhadores de cor branca.

Mais uma informação relevante: em 2003, as mulheres representavam 43% da população ocupada nas regiões metropolitanas. Elas continuam em minoria, mas no ano passado já eram 46%.

É importante observar que o desemprego registrado na pesquisa não é um retrato fiel do país. Ele deve ficar mais nítido na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, que será feita pelo IBGE a cada três meses em 3.500 domicílios de todas as regiões do país, incluindo áreas rurais. Os primeiros resultados da nova pesquisa, divulgados no último dia 17, mostram que o desemprego no Brasil ficou em 7,4% no segundo trimestre de 2013, e não nos 6% revelados pela PME.

Outra informação que mereceu destaque na manhã de ontem foi a divulgação pelo Bradesco, segundo maior banco privado do país, do seu balanço anual de 2013. O lucro líquido aumentou 5,5%, superando os R$ 12 bilhões. Só no quarto trimestre, foram R$ 3,079 bilhões – 6,4% acima do mesmo período de 2012.

Se a política econômica do governo tem sido boa para os trabalhadores, que vêm obtendo salários melhores e enfrentando menos dificuldade para pagar suas dívidas, ela tem sido ótima para os bancos, que lucram com maiores taxas de juros e inadimplência menor.
 

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