Uma farsa histórica

02/05/2018 às 21:02.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:38


É inacreditável que se tente repetir em Minas a farsa do golpe travestido de impeachment! Trata-se da mais explícita chantagem!

A situação financeira do estado de Minas Gerais é muito ruim e resulta - como já demonstrei em minha coluna do dia 19 de abril - da irresponsável farra fiscal levada a cabo pelos governos de Aécio Neves e Antonio Augusto Anastasia. Iniciar uma aventura que pode levar o estado a uma situação ainda mais dramática é uma enorme irresponsabilidade.

O povo mineiro precisa observar com atenção o que tem ocorrido com o Brasil, após o golpe concluído em 2016. Tem havido um rápido processo de destruição dos direitos sociais. Quase um milhão de famílias já foram expulsas do Programa Bolsa Família. A pobreza tem crescido de forma acelerada. Prometia-se, com entusiasmo, que a reforma trabalhista iria propiciar a criação de milhões de novos empregos, mas o que se observa é que a proporção da população formalmente empregada só diminui e que a taxa geral de desemprego voltou a crescer. A população vivendo na rua tem crescido num ritmo exponencial! O golpe tem levado o país para um buraco cada vez mais profundo!

Deve-se ressaltar que, antes do golpe de 2016, as condições fiscais da União eram bastante razoáveis. Os governos de Lula e Dilma - como também mostrei na minha coluna de 19 de abril último - reduziram significativamente a dívida líquida como percentual do PIB, além de terem acumulado uma grande quantidade de reservas cambiais, o que dá certa tranquilidade para o país. Nada que se possa comparar à situação fiscal dramática deixada pelos governos tucanos em Minas. Se mesmo com as condições fiscais razoáveis da União, o país só tem aprofundado sua crise social, imagine-se o que poderá ocorrer em Minas, caso a farsa do impeachment seja levada a cabo?

O povo mineiro não pode assistir de forma passiva essa tentativa de golpe. Estamos a poucos meses das eleições. Que as disputas políticas entre os diferentes partidos e facções no estado sejam decididas pelo povo, em outubro, sem que se vire a mesa e se destrua a base institucional do estado.

P.S.: As novas pesquisas eleitorais do Datafolha e da Vox Populi mostram que a capacidade eleitoral do ex-presidente Lula e do PT para a disputa presidencial deste ano só cresce. A prisão de Lula com base em processo juridicamente frágil (e, agora, com sérios indícios de falsificação de provas que o CNJ e o CNMP continuam a ignorar) parece ter tido o efeito de elevar sua influência política. O percentual de eleitores entrevistados que afirmam estar dispostos a votar em um candidato indicado por Lula só aumenta, chegando a algo como 30%. Da mesma forma, uma proporção crescente de eleitores tem se declarado simpática ao PT.

  

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