Uma safra de grãos recorde na agricultura brasileira

Hoje em Dia
09/08/2013 às 06:20.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:49

A presidente Dilma Rousseff enviou ao Congresso Nacional projeto de lei com o objetivo de criar a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), com 130 funcionários e previsão de orçamento de R$ 1,3 bilhão para 2014, dos quais R$ 25 milhões para gastos de custeio. Aos poucos, o governo reverte o desmonte promovido nos anos 90 na área rural.

A Anater tem como principal objetivo levar aos produtores rurais a tecnologia desenvolvida pela Embrapa, considerada a grande responsável pelo salto ocorrido na agropecuária brasileira nas últimas décadas. Neste ano, conforme previsão divulgada na quinta-feira (8) pelo IBGE, o Brasil deve estabelecer novo recorde na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas: 187,9 milhões de toneladas. 

Se essa previsão se confirmar, a safra que está sendo colhida será 16,1% superior à do ano passado, que ficou em 161,9 milhões. Do total a ser colhido, mais de 92% se concentram em três culturas: arroz, milho e soja, que ocupam quase 86% da área plantada.

Desde a criação da Embrapa em 1973, o perfil da agricultura brasileira mudou muito. Na época, não se produzia soja no país, e hoje é a principal cultura. As maiores regiões produtoras eram o Sul e o Sudeste. Atualmente, é o Centro-Oeste, que deve produzir neste ano 77,7 milhões de toneladas, contra 19,6 milhões do Sudeste. O Sul continua grande produtor, com 73,7 milhões.

As novas fronteiras agrícolas foram conquistadas com muito trabalho, mas também com pesquisa e extensão rural, esta liderada, no país, pela Embrater; e em Minas, pela Emater. A estatal mineira foi criada em 1975, um ano depois da Embrater, que foi extinta em 1990, no governo Collor. A Emater ainda existe, mas sem a relevância que lhe era atribuída antes pelos formuladores das políticas públicas.

Para os que acreditam na importância das estatais, o surgimento da Anater é um estímulo ao fortalecimento da Emater e da agropecuária mineira, que vem perdendo posição no âmbito nacional, embora ainda se destaque em diversas culturas e, sobretudo, na produção de leite e derivados.

Nessa área, as notícias são mais animadoras do que as relacionadas com o setor industrial. Ontem o IBGE informou que a produção industrial brasileira cresceu 1,9% em junho, em relação a maio. Mas em Minas foi registrada queda de 0,8%. Quando comparado com junho de 2012, a retração foi ainda maior: de 1,4%, na indústria mineira. Na brasileira, houve crescimento de 3,1%.
 

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