A Comissão Europeia disse, nesta segunda-feira (22), que não tomará partido na campanha para manter o Reino Unido na UE no referendo de 23 de junho. "A Comissão não fará campanha, não tomará partido na campanha", afirmou à imprensa o porta-voz Margaritis Schinas. "Nosso papel de facilitador entre o governo britânico e seus 27 sócios termina aqui", acrescentou.
Na sexta-feira passada (19), o primeiro-ministro britânico, David Cameron, acordou em uma cúpula europeia os termos de uma nova relação com o bloco. No sábado anunciou a data da consulta, na qual seus cidadãos decidirão se querem continuar na União.
A Comissão, por sua vez, tomou partido no referendo grego de 5 de julho, no qual o governo de Alexis Tsipras submeteu à consulta os termos de um novo resgate financeiro da UE e do FMI. "Um 'não' significaria (...) que a Grécia disse não à Europa", declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junckr.
Acordo
O primeiro-ministro britânico David Cameron apresentará nesta segunda-feira (22), no Parlamento, o acordo para que o Reino Unido permaneça na União Europeia, mas depende da vontade de seus próprios colegas conservadores que agem muitas vezes como oposição.
O prefeito de Londres, Boris Johnson, com quem Cameron estudou no colégio e na universidade, e um dos políticos mais cotados para suceder o premier, anunciou no domingo que apoia o chamado "Bretix", a saída do Reino Unido.
"Eu farei campanha pela saída da União Europeia", anunciou Boris Johnson em um discurso em frente a sua casa em Londres, ressaltando, no entanto, que não irá participar de debates televisionados contra seu partido.
Segundo o jornal The Times, metade dos 330 deputados conservadores darão as costas a Cameron.
De acordo com Cameron, a consulta será "uma das decisões mais importantes deste país", e, defendendo o "sim", o premiê britânico ressaltou que as concessões obtidas por ele dos líderes europeus na sexta-feira darão ao país "o melhor dos dois mundos".