Unicef denuncia "ações horríveis" contra as crianças na República Centro-Africana

AFP
14/02/2014 às 14:59.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:02

BANGUI (República Centro-Africana) - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirma estar "horrorizado" com "a crueldade dos autores dos assassinatos e das mutilações de crianças" na República Centro-Africana e indignado "com a impunidade que atuam".

"Estas últimas semanas foram marcadas por níveis de violência sem precedentes contra as crianças em ataques religiosos e de represália por parte das milícias antibalaka (de maioria cristã) e de ex-combatentes Seleka (muçulmanos)", afirma a organização em um comunicado.

"Cada vez tomam como alvo mais crianças por sua religião ou pela comunidade que pertencem", disse o diretor regional do Unicef para a África ocidental e central, Manuel Fontaine. "Um país onde os adultos podem, com total impunidade, tomar cruelmente como alvos crianças inocentes não têm futuro". "É imperativo acabar com a impunidade", exigiu.

De acordo com Fontaine. "pelo menos 133 crianças morreram e foram mutiladas, algumas de forma especialmente horrível". "O Unicef verificou casos de crianças decapitadas e mutiladas intencionalmente e sabe que crianças feridas nos tiroteios tiveram que ser amputadas porque a insegurança impediu que fossem levadas ao hospital a tempo", afirma o comunicado.

"Todos os grupos cometeram atos violentos, mas o foco recente na população muçulmana provocou a saída de comunidades inteiras e um aumento significativo do número de crianças não acompanhados, separadas de suas famílias", destacou o Unicef.

O caos na República Centro-Africana começou em março de 2013 com o golpe de Estado de Michel Djotodia, líder da coalizão rebelde Seleka, majoritariamente muçulmana, que depois virou presidente.

Mas em 10 de janeiro Djotodia foi obrigado a renunciar por sua incapacidade para evitar os confrontos violentos entre seus antigos partidários e as milícias antibalaka.

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