A culinária uruguaia é rústica, tradicional e saborosa. Seja uma medialuna com queijos Colônia, panquecas com doce de leite – defumado – no café da manhã ou um bom churrasco assado na parrilla, em fogo lento, acompanhado de um vinho Tannat, às “tartas” salgadas de espinafre e às fartas milanesas, que mal cabem no prato de tão grandes. Provar os pratos típicos uruguaios é uma experiência deliciosa!
Muito além de carnes, vinhos e doce de leite, o país vizinho é um respeitado produtor de azeites e azeitonas em conserva. A história do olival no Uruguai nasce com imigrantes europeus que trouxeram oliveiras de suas regiões, plantadas e cuidadas para se aclimatar a esta nova terra onde há diferentes variedades européias –Frantoio, Arbequina, Leccino, Manzanilla, Taggiasca, Pendolino e Moraiolo.
A excelente localização – está na mesma latitude que a bacia do Mediterrâneo –, além de ter custos de produção relativamente baixos em comparação com os valores internacionais, foram a base da crescente importância do cultivo da oliveira por lá, a partir de 2003.
Hoje, com mais de 6.000 hectares plantados, é uma indústria jovem, mas que preserva as antigas tradições levadas pelos seus colonizadores. Seus olivicultores estão se especializando em obter bons azeites e investindo em tecnologia e construções de lagares modernos e belíssimos, integrando a natureza de vinhedos e olivais com a arquitetura moderna. Esperam assim, em poucos anos, fazer do Uruguai o país também do oliviturismo. E tem tudo para dar certo!
Estive durante 20 dias no Uruguai me especializando em azeites de oliva na Universidade Federal de Química e vi de perto a cultura da oliveira ali difundida, empresários visionários dispostos a investir em olivicultura como turismo, a preservação das belezas naturais existentes.
As pessoas são hospitaleiras. A gastronomia preserva tradições e os valores são passados de geração em geração. A comida é um pretexto para juntar amigos e família em torno da mesa ampla ou sentar no balcão informalmente e ali compartilhar boas conversas. Temos muito em comum e, por isso, para celebrar esse elo tão forte pela culinária de raiz, de afeto e tradição, convidei o especialista em queijos e jornalista gastronômico Eduardo Girão para ministrar comigo uma degustação de queijos mineiros com azeites uruguaios – que trouxe na mala durante a minha viagem – tudo acompanhado de dois rótulos de vinhos, também uruguaios. Com o apoio do Consulado do Uruguai e da Associação Brasileira de Sommeliers, a degustação será feita em apenas um dia (27 de novembro) e promete ser inesquecível! Inscrições devem ser feitas antecipadamente.