Usiminas religa alto-forno para ampliar produção e contrata 120 trabalhadores

Luciana Sampaio Moreira
lsampaio@hojeemdia.com.br
17/04/2018 às 18:37.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:23
Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 346 milhões da Usiminas
 (Leonardo Morais / arquivo Hoje em Dia)

Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 346 milhões da Usiminas (Leonardo Morais / arquivo Hoje em Dia)

Após mais de mil dias parado, o alto-forno 1 da planta da Usiminas em Ipatinga, no Vale do Aço, voltou a funcionar nesta terça-feira. A empresa investiu R$ 80 milhões para reativar o equipamento em uma obra que teve duração de 11 meses e foi liderada pela Usiminas Mecânica, com 600 operários. O retorno marca também a retomada da Usiminas, que viu a disputa entre acionistas chegar ao fim neste ano. 

Para a operação do equipamento, foram contratados 120 funcionários. Com isso, a empresa aumenta em 20% a capacidade produtiva e coloca a unidade em sua capacidade máxima, com 10,8 mil toneladas/dia de ferro gusa nos três alto-fornos da unidade. Por ano, serão 4 milhões de toneladas.

O presidente da Usiminas, Sergio Leite, explicou que a reativação do alto-forno 1 é um voto de confiança no processo de retomada da economia nacional, depois de três anos de forte crise. Atualmente, da produção total da empresa, 85% são direcionadas para o mercado interno e 15% para as exportações. “Estamos colocando a unidade de Ipatinga a plena carga na produção de gusa, aço e laminação das placas para abastecer o mercado nacional”, disse.Divulgação Usiminas / N/A

Com o fim da disputa entre acionistas, a Usiminas volta a investir

Com o setor de petróleo e gás paralisado em investimentos, a expectativa da empresa está na indústria automotiva e também no segmento de produção e montagem de equipamentos, o que beneficiaria muito a Usiminas Mecânica.

Reajuste
Depois de apaziguar os ânimos dos acionistas, em um processo de negociação lento que resultou na assinatura de acordo na última semana - e de fechar 2017 com o melhor Ebitda dos últimos sete anos, a Usiminas projeta um aumento de preços para junho. Leite não adiantou percentuais. “Temos espaço para aumentar e a nossa intenção é fazer isso”, afirmou.

Em 2017, a empresa registrou aumento de 7% no consumo de aços planos, o que é um bom indicativo de crescimento da demanda para o presente exercício.

Em 2015, a empresa desligou o alto-forno 1 devido à redução da demanda por aços planos. A queda foi superior a 30% entre 2014 e 2016. Segundo o executivo, o consumo ainda é menor que o registrado em 2015. “Só retornaremos ao patamar de 2015 no próximo ano”, previu.

Competitividade

Para recuperar a competitividade, a empresa adotou uma série de medidas. Entre elas está a amortização de 18% da dívida da companhia. A Usiminas tem, hoje, 13 mil empregados. No ano passado, eram 12 mil, o que demonstra que as contratações não foram interrompidas.

EUA
Leite criticou a taxação de aço dos Estados Unidos, mas sustentou que a Usiminas não sofrerá impactos significativos. No quarto trimestre de 2017, apenas 1% da produção foi exportada para aquele país e, neste ano, o nosso orçamento pode chegar a 0%. “O nosso negócio são os laminados planos e não semi-acabados, como os que estão no centro desse processo que demonstra o caráter protecionista do governo Trump”, apontou.
A empresa tem um processo de anti-dumping contra China e Russia desde 2015. No entanto, as medidas punitivas aprovadas pela Camex não foram aplicadas até hoje. “O Brasil está na contramão do mundo. Além de não proteger, também não pratica isonomia”, criticou. 

(*) A Repórter viajou a convite da Usiminas

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