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Luz vermelha acesa na Usiminas. A companhia aguarda decisão dos bancos japoneses, liderados pelo Japan Bank for Internacional Coorperation (Jbic), sobre renegociação dos títulos internacionais que vencem em 2018. Se as instituições não aceitarem as condições propostas pela siderúrgica, ela pode ir à falência.
Em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, o presidente do grupo ítalo-argentino Ternium/Techint, Paolo Bassetti, afirmou que a Nippon pressiona os bancos para tornar o processo mais moroso. Ternium/Techint e Nippon são sócias controladoras da Usiminas e travam, na Justiça, uma batalha pelo comando da empresa.
Os japoneses são categóricos em afirmar que não interferem na negociação da companhia com os bancos internacionais. O diretor da Nippon, Kazuhiro Egawa, concorda, no entanto, que uma negativa dos bancos japoneses é capaz de ruir o patrimônio da siderúrgica.
Os títulos internacionais, também conhecidos como bonds, representam cerca de 8% da dívida da companhia. No ano passado, o restante do passivo, R$ 6,3 bilhões, foi renegociado mediante algumas condicionantes. A redução de R$ 1 bilhão do caixa da Mineração Usiminas (Musa) para fortalecimento do caixa da siderúrgica era uma das condições. A outra, e última fase do processo, era a renegociação dos bonds, que vencem em janeiro do ano que vem.
Inicialmente, a Usiminas firmou compromisso de pagar 50% do valor dos títulos em janeiro de 2018 e de renegociar os 50% restantes por meio de Oferta de Permuta, conforme nota da empresa. “Como divulgado em Fato Relevante no dia 23/06, a operação de oferta de troca das notas foi suspensa em virtude do entendimento da Usiminas de que sua realização não é vantajosa nas atuais condições de mercado”, diz o texto.
Segundo uma fonte ligada às negociações, como o caixa da siderúrgica está mais robusto, a ideia era quitar parte dos títulos antecipadamente. “No ano passado, a Usiminas contratou um banco especializado para conversar com os detentores dos títulos, que estão espalhados pelo mundo. Ficou claro que fazer uma negociação para rolar a dívida sairia caro, devido à situação econômica e política do país. Além disso, estamos falando de uma dívida em dólar”, afirma a fonte.
Os bancos brasileiros aceitaram quase que de imediato mudar os termos iniciais. Os japoneses, porém, pediram mais tempo para se posicionar. Eles têm até 31 de agosto para tomar a decisão. E é aí que está o problema.
Se os bancos estrangeiros não aceitarem a proposta de pagamento antecipado dos bonds, o acordo de renegociação da dívida total da companhia vai por água abaixo e será necessário quitar o débito de imediato. Como a companhia não tem caixa, a negativa seria uma pá de cal nos planos de recuperação