Uso de agulha em teste de glicemia em escola leva 84 pessoas a tomarem coquetel contra DSTs

José Vítor Camilo
28/11/2019 às 16:54.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:51
 (REPRODUÇÃO / GOOGLE STREET VIEW)

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O que era para ser um trabalho de uma aluna para a feira de ciências de uma escola municipal de Juiz de Fora, na Zona da Mata, terminou com 84 pessoas tomando o coquetel de profilaxia contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) nesta semana. No último sábado (23), a estudante de 14 anos teria oferecido o teste de glicemia para falar sobre diabetes em seu trabalho. Porém, existe a suspeita de que ela tenha usado a agulha de forma compartilhada, expondo as dezenas de pessoas que estavam no local ao risco de contaminação. 

Procurada nesta quinta-feira (28) pelo Hoje em Dia, o secretário de Comunicação da cidade, Ricardo Miranda, esclareceu que, diante da suspeita, todas as 84 pessoas que participaram da feira de ciências, ocorrida na Escola Municipal Arlette Bastos, no bairro Parque Independência, passaram por teste para aids (HIV) e hepatites virais.REPRODUÇÃO / GOOGLE STREET VIEW
A feira de ciência aconteceu no sábado (23) na Escola Municipal Arlette Bastos, no Bairro Parque Independência

"Os resultados deram negativo, felizmente. Mas, de toda forma, a Secretaria de Educação abriu uma sindicância na quarta-feira (27) para apurar a responsabilidade nesse caso", afirmou. 

Ainda não se sabe se realmente houve o uso compartilhado da agulha. Conforme o secretário, a suspeita foi levantada na segunda-feira (25) após uma das alunas ter relatado para a mãe, que é enfermeira, que ela e uma amiga teriam feito o teste usando uma mesma agulha. Foi então que um comitê de crise foi criado para tentar evitar o risco de qualquer contaminação. 

"O uso do coquetel é uma medida protocolar do Ministério da Saúde. Todos foram medicados e saíram das unidades de saúde com cartão para acompanhamento com novas consultas já agendadas", completa Ricardo. 

Por meio de uma nota, a Secretaria de Saúde informou que está trabalhando de forma ininterrupta para prestar assistência às pessoas que participaram do evento. "Inicialmente, conforme protocolo, o atendimento foi realizado no Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos), serviço que funciona dentro do Hospital Dr. Geraldo Mozart Teixeira. Entretanto, a pasta adotou como estratégia para melhor atender esses pacientes, encaminhá-los para o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado dentro do prédio de vigilância em saúde", diz o texto.

Ainda de acordo com a pasta, um carro foi disponibilizado para transportar os pacientes entre as duas unidades. "No CTA, todos foram atendidos por uma equipe multidisciplinar, composta por médico, enfermeiro, assistente social e psicólogo. Na ocasião, o infectologista responsável pelos atendimentos conversou e orientou todos os presentes, de forma individual, a fim de sanar todas as dúvidas. Todos os pacientes que passaram por atendimento médico saíram no CTA com a medicação necessária para prosseguir com o tratamento", finaliza a Secretaria de Saúde. 

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