(Pedro Gontijo/Editoria de Arte)
A vacina contra a febre amarela está em falta nas clínicas particulares de Belo Horizonte. Em pelo menos oito das empresas contactadas pela reportagem os estoques do produto estão zerados devido ao aumento da demanda. Para piorar, não há previsão de reabastecimento.
Na Clínica Imunológica, com filiais em Betim e Contagem, na Grande BH, e Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, a informação para o cliente é direta. “Acabou e não tem previsão de chegada”, responde a atendente.
Já na Vacsim, que aplicava a imunização ao preço de R$ 100, também não há expectativa quanto à reposição do produto. Situação idêntica à do Laboratório Hermes Pardini, que oferecia a vacina por R$ 147. Na Drogaria Araujo, o cenário se repete.
Na Clínica de Pediatria Raquel Pitchon a vacina custava R$ 150, mas as doses também estão em falta. No Laboratório São Marcos, o mesmo problema.
O Laboratório Geraldo Lustosa confirmou, por nota, a escassez do produto. “Uma nova remessa já foi solicitada ao fornecedor, mas ainda não há previsão de chegada do material”.
Distribuição
Em todos os locais pesquisados, a vacina contra a febre amarela é fornecida pela empresa francesa Sanofi Pasteur, sediada em São Paulo e que atende clínicas em todo Brasil.
Por meio de nota, a farmacêutica informou que dois fatores contribuem para a demora no reabastecimento. O primeiro é o crescimento de 300% na demanda em 2017 em relação a 2016, ritmo que vem se repetindo este ano.
Outro ponto diz respeito à importação da vacina fabricada na França, o que poderia interferir na capacidade de distribuição. “Além disso, a companhia tem recebido um aumento inesperado de demanda e, para o processo de importação, devem-se cumprir diversas regras sanitárias que exigem tempo”, completou a empresa.
Cobertura
Apesar da falta do produto na rede particular, há doses disponíveis no SUS. A Prefeitura de Belo Horizonte afirma que “os centros de saúde da capital estão abastecidos com a vacina e, além disso, há em estoque cerca de 90 mil doses”.
A Secretaria de Estado de Saúde também garante atendimento à demanda de não vacinados em todo o território mineiro. “Caso seja necessário, doses adicionais serão solicitadas ao Ministério da Saúde”, informou, por nota, o órgão.
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