(Geovana Albuquerque/ Agência Saúde DF)
A cobertura vacinal contra a meningite está abaixo da meta desde 2020 em Minas. Sem a proteção, crianças correm risco de desenvolver a forma grave da doença, que deixa sequelas e pode matar. Em algumas regiões do Estado, órgãos de saúde iniciaram a busca ativa do público-alvo na tentativa de aumentar o índice de imunização.
A meta estipulada pelo Ministério da Saúde é de 95%, mas ficou em 73% no ano passado no território mineiro. Na capital, a cobertura está em 71%. Os dados são das secretarias de Estado (SES) e Municipal de Saúde (SMSA).
Em 2021, 17 casos da enfermidade foram registrados em Minas. Quatro pessoas morreram. Neste ano já são foram seis notificações e um óbito.
A infecção atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Todos os tipos de meningites demandam atenção e acompanhamento, mas a meningocócica apresenta maior gravidade, alerta Fernanda Barbosa, referência técnica da Coordenadoria de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES.
“Todas deixam complicações e levam à morte. Porém, a meningocócica tem evolução para óbito em até 24 horas, além de sequelas que vão de surdez até amputação de membros”, disse.
A técnica reforça que o contágio pode ocorrer de várias formas. “A garganta dos seres humanos é o reservatório natural desse microrganismo. Portanto, a transmissão ocorre por meio de partículas eliminadas durante a respiração, a fala, a tosse, o espirro, o beijo ou, ainda, por meio de contato direto com secreções respiratórias de pacientes ou portadores assintomáticos”.
Vacinação
A vacina deve ser aplicada em duas doses, aos três e cinco meses de vida. Uma terceira dose de reforço deve ser tomada, preferencialmente, quando a criança completar 1 ano.
No entanto, diante dos riscos e da baixa cobertura, a campanha em Minas foi ampliada para crianças de até 11 anos. Até julho, elas também receberão a dose da meningocócica C.
O imunizante faz parte do calendário nacional de imunização e é oferecido gratuitamente aos pacientes que ainda não tenham nenhuma dose registrada no cartão.
A ampliação temporária tem como objetivo aumentar a proteção contra a doença e evitar a ocorrência de surtos. “A única forma de controlar a doença meningocócica é manter elevadas coberturas vacinais tanto na população infantil como em adolescentes”, afirmou a coordenadora Estadual do Programa de Imunizações, Josianne Dias Gusmão.
Segundo ela apesar da faixa etária em maior risco de adoecimento ser a das crianças menores de 1 ano, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da enfermidade.
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