(Riva Moreia / Hoje em Dia)
A Vale assumiu nesta sexta-feira (17) ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) o compromisso de recolher todos os animais domésticos e silvestres que ainda estão nas áreas de risco em caso de rompimento da barragem de Barão de Cocais, na região Central de Minas Gerais. Os proprietários dos animais tanto da Zona de Autossalvamento (ZAS) como da Zona de Segurança Secundária (ZSS) que tiverem interesse no recolhimento de algum animal deve entrar em contato com a mineradora pelo telefone 0800 031 0831.
Ainda conforme o MPMG, desde o dia 14 de fevereiro, após a Justiça deferir o pedido de tutela provisória de urgência pedido pela promotoria, a empresa está obrigada a executar plano de ação para proteção à fauna do município.
De acordo com a decisão judicial, a empresa ficou obrigada a, entre diversas outras medidas, realizar ações de localização, resgate e cuidado dos animais deixados nas áreas de risco depois da evacuação das pessoas residentes nas comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, promovida no dia 8 de fevereiro.
Foi determinado ainda que a Vale deverá fornecer alimento, água e cuidados veterinários aos animais que aguardam resgate. O Hoje em Dia procurou a mineradora, que confirmou por meio de nota que o compromisso de recolher os animais foi firmado com o MPMG, sendo que, para o recolhimento, o interessado deve acionar a empresa pelo telefone de atendimento 0800 031 0831.
"A empresa já resgatou 3.272 animais da Zona de Autossalvamento e da Zona de Segurança Secundária (ZSS). Eles estão em fazendas e haras alugados pela Vale, clínicas veterinárias, granja e pet shops", conclui a Vale.
A situação barragem
Na última quarta-feira (15) a Defesa Civil de Minas Gerais divulgou a movimentação de quatro centímetros em um talude da mina Gongo Soco, da Vale. Esta estrutura é um plano de terreno inclinado que limita um aterro e tem como função garantir a estabilidade da estrutura. A parede em risco está localizada na face norte da cava da mina, que está desativada.
A queda da estrutura em si não afeta a barragem, que está localizada a 1,5 km de distância, entretanto, existe a possibilidade dela causar um abalo sísmico que pode ser o gatilho para o rompimento da barragem, que tem 6 milhões de m³ de rejeitos de minério, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Na quinta-feira (16) o MPMG divulgou que teve acesso a um documento da própria Vale que traz uma previsão sobre quando o talude deverá se romper. "A empresa Vale S/A estima que, permanecendo a velocidade de aceleração de movimentação do talude norte da Cava da Mina de Gongo Soco, sua ruptura poderá ocorrer no período de 19 a 25 de maio de 2019, gerando vibração que poderá ocasionar a liquefação da Barragem Sul Superior e sua consequente ruptura", aponta a promotoria.
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