(Riva Moreira/Hoje em Dia)
O prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo (PV), disse em entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira (7), que vai apresentar à Vale a conta dos gastos feitos pelo município em decorrência do rompimento da barragem Mina do Feijão, no dia 25 de janeiro. O desastre deixou ao menos 150 pessoas mortas e outras 182 ainda estão desaparecidas, de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais.
Segundo o representante, Brumadinho é dependente da mineração, tendo 80% de seus royalties pertecentes à Vale, mas vai cobrar da empresa todos os custos já empreendidos na reconstrução da cidade. Nessa quarta-feira, a Defesa Civil anunciou que uma ponte está sendo construída entre Casa Branca e Brumadinho. "Não é um acidente de Brumadinho, é um acidente da Vale. E vamos apresentar essa conta para ela, com todos os custos que Brumadinho está tendo", apontou Avimar.
De acordo com ele, a Prefeitura de Brumadinho tem feito exigências para a mineradora. Uma delas é a de não demitir os funcionários. "Eles vão ter que cumprir. Até agora estão atendendo todos os nossos pedidos, fazendo menos que sua obrigação. Afinal, reparar vítimas fatais não tem preço", afirmou.
Segundo o prefeito, a doação de R$ 100 mil aos famíliares de vítimas já foi feita a mais de cem pessoas.
Apoio
Avimar comentou o anúncio feito pelo porta-voz do governo de Jair Bolsonaro, Otávio Santana do Rêgo Barros, de que o ministério da Economia liberaria R$ 800 milhões de apoio emergencial na cidade. Entretanto, disse que, até hoje, não recebeu nenhuma verba, inclusive do governo de Minas.
"Nós não temos que pedir. Mas, vamos montar um projeto com o pedido formal para o governo estadual e o governo federal. Agora, estamos dando toda assistência às famílias. Elas vão ter todo o meu apoio", declarou o prefeito.
Fundo internacional
Na entrevista coletiva, Avimar comentou que esteve em reunião com investidores estrangeiros interessados em atuar na cidade. No entanto, o único detalhe apresentado pelo chefe do Executivo é que um dos gestores é do Canadá. "Hoje, para voltar ao ambiente natural, não gasta menos que R$ 150 milhões, jogando por baixo, para tirar toda essa lama e reconstruir", explicou.
Questionado se esses investidores formariam uma espécie de Fundação Renova, criada para gerenciar os impactos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Avimar foi enfático: "Não vamos aceitar nada sem ter o apoio do Ministério Público e do Poder Judiciário".
A Vale informou que mantém contato com as autoridades de Minas Gerais com o objetivo de buscar soluções consensuais de forma a dar maior celeridade à indenização dos atingidos.