Vamos começar o ano antes do Carnaval?

Colunista Ricardo Rodrigues (*)
03/01/2020 às 08:45.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:10
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Já é hábito do brasileiro postergar o início do ano para depois do Carnaval, ou seja, juntar aquela ressaca pós-festas às férias e emendá-la com o descanso prolongado da folia momesca. Essa letargia, porém, não cabe mais em nosso cenário atual, afinal como diz o ditado ‘tempo é dinheiro’.

O ideal é que já tenhamos começado a desenvolver todas as ações, planejamentos e expectativas para 2020 desde ontem, dia 2, afinal o Carnaval deste ano acontece apenas no final de fevereiro. Sendo assim, é inviável ficarmos de braços cruzados até março.

Por falar em Carnaval, a própria folia é outro motivo que me leva a acreditar na ideia de que já devemos dar start no ano. A nossa festa é considerada, hoje, a segunda maior do país. Foi-se o tempo em que o ‘carna’ de Belô era modesto, com bloquinhos vazios, comércio fechado e intenso movimento de saída da cidade.

Muito pelo contrário: o boom é de turistas chegando à capital. Em 2019, por exemplo, recebemos 4,3 milhões de foliões, número que pode ser ainda maior na edição deste ano. A expectativa da Belotur é que o feriado de 22 a 25 de fevereiro traga quase 5 milhões de pessoas para BH. Só para você ter uma ideia, cerca de 30% dos quartos nos hotéis já estão reservados desde novembro por pessoas que virão para a cidade curtir a festa, segundo pesquisa preliminar do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de BH e Região (SINDHORB).

E tem mais: a previsão é que os bares faturem R$ 35 milhões durante o Carnaval 2020. Isso porque a estimativa de consumo médio dos foliões no período deve variar entre R$ 500 e R$ 700.

Por todos os motivos acima citados, insisto em dizer: os empresários precisam ‘arregaçar as mangas’ e já pensarem em estratégias de vendas e promoções, mesmo porque os ensaios de blocos carnavalescos começam a tomar conta das ruas da capital já neste mês de janeiro. 

Vale ressaltar ainda que janeiro é um período de férias e altas temperaturas. Embora BH não tenha mar, paixão nº 1 dos mineiros, ela tem bar (e muitos diga-se de passagem). Essa época do ano pede uma cerveja gelada e um encontro entre amigos. Portanto, os estabelecimentos precisam estar preparados, tanto com infraestrutura e pessoal capacitado, para receber esse público.

Definitivamente, não dá mais para olharmos janeiro como um ‘mês morto’, mas sim percebê-lo como um período de oportunidades para acolher não só o belo-horizontino que não viajou, mas também aquele que já retornou a capital após as festas de fim de ano e, também, o turista de fora.

(*) Presidente ABRASEL-MG e Coordenador da Frente da Gastronomia Mineira

  

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