'Vamos sair, não vamos morrer aqui', disse brasileira que estava no metrô de Bruxelas

Clarissa Carvalhaes
ccarvalhaes@hojeemdia.com.br
22/03/2016 às 15:29.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:36
 (Samla Da Rosa/ Divulgação)

(Samla Da Rosa/ Divulgação)

Em um relato emocionante a empresária carioca dentro da estação de metrô Maalbeek, nas proximidades da sede da União Europeia, no centro de Bruxelas, um dos dois alvos do ataque terrorista na Bélgica que deixaram ao menos 34 mortos e outros 187 feridos. Somente na estação de metrô, o prefeito da cidade estima que tenham morrido cerca de 20 pessoas.

"Hoje vivi um momento daqueles que tentamos entender, mas é muito difícil. Eu estava no trem do metrô que sofreu o atentado. Ia de casa ao centro de Bruxelas. O trem já havia dado partida da estação Maalbeek e tudo se passou muito rápido", conta a empresária, que vive em Bruxelas onde é

"A explosão foi surda (abafada) e só nos demos conta que estávamos no meio de um atentado quando os vidros das janelas caíram sobre nossas cabeças e vimos fogo do lado de fora do trem, além de vermos trilhos destruídos. Alguns gritavam em pânico: 'é um atentado terrorista'. Eu e as pessoas sentadas à minha frente nos deitamos no chão e nos abraçamos. Tínhamos medo de outra explosão e estávamos certos que íamos morrer".

Segundo a brasileira, após os primeiros segundos no chão, alguém reagiu e gritou que era preciso sair dali "porque íamos morrer sufocados pela fumaça". Segundo a empresária, pouco a pouco os passageiros começaram a pular a janela do trem. "As pessoas estavam protegendo o nariz para não respirar aquele ar sufocante, as portas estavam bloqueadas. Quando saí dei-me conta que haviam muitos feridos, os outros vagões de trás do nosso estavam destruídos. A esta altura, a fumaça já havia tomado tudo. O condutor do trem falava ao rádio e mostrava ferimentos ao rosto".Samla Da Rosa/ Divulgação / N/A

"Começamos a pular a janela do trem", diz brasileira

 Ainda segundo Samla, o maquinista disse que havia evacuado o trem e que começaria a guiar as pessoas para fora da estação. "Ele começou a abanar sua pequena lanterna para mostrar o caminho. Não conseguíamos ver nada, porque a fumaça era muito forte. Alguns degraus da escada rolante faltavam por causa da explosão e a gente tentava encontrar a saída".

"Nunca esquecerei"

"A solidariedade nesta hora é imensa. Um abraça o outro. Eu agarrei uma moça que estava queimada no rosto e chorava muito. Ela não conseguia sair do lugar. Eu amparei-a e falei: 'vamos sair, não vamos morrer'. Deixa-a nas mãos dos paramédicos ao lado de fora e espero que ela um dia consiga ter uma vida normal".

Até a chegada da polícia e das ambulâncias, Samla recorda dos muitos feridos que viu na calçada. "Tinha gente queimada e até um braço solto na calçada que jamais esquecerei".

s números dos atentados em Bruxelas ainda são desencontrados, mas o prefeito da cidade estima que 20 pessoas morreram na estação aonde Samla estava.

Até o momento, informações da polícia dão conta de outras 14 vítimas que também perderam a vida nos atentados que aconteceram no aeroporto Interncional Zaventem, próximo ao check-in da American Airlines.

Mais de 180 pessoas ficaram feridas durante as três explosões.

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