Marca chinesa inicia as atividades na planta de Camaçari (BA), que passa a ser a segunda maior instalação da BYD fora da China
(Foto: BYD/Divulgação)
A BYD inaugurou na quinta-feira (9) a nova fábrica em Camaçari (BA). Desta vez, foi uma inauguração de verdade, bem diferente do evento em 1º de julho, que mostrou uma instalação inoperante. A unidade produz o Song Pro PHEV Flex, primeiro carro híbrido plug-in do mundo capaz de rodar com etanol ou gasolina.
O presidente global da BYD, Wang Chuanfu, veio até o Brasil para a solenidade. E a razão é simples, a planta baiana é a maior instalação da marca fora da China. Além disso, o executivo queria ver de perto seu inovador conjunto eletrificado apto a beber etanol e gasolina.
Chuanfu ainda destacou que o desenvolvimento do conjunto mecânico levou em conta a realidade do Brasil e contou com mais de 100 especialistas brasileiros e chineses.
“Observei o cultivo da cana de açúcar e o grande uso do etanol. Naquela época pensei se o nosso carro poderia usar esse combustível e ser flex para integrar a arquitetura global. Foi assim que surgiu a ideia para construir o motor híbrido flex que foi pensado por mais de 100 engenheiros chineses e brasileiros”, comentou o executivo, seguindo o coro de outros cartolas da indústria que volta e meia enaltecem o combustível verde.
A operação no Brasil
A produção inicial será em regime SKD (semi knock-down), com montagem integral prevista para 2026. Nesse tipo de operação, o carro vem desmontado da matriz e as partes são unidas na filial baiana.
O investimento na fábrica é de R$ 5,5 bilhões. O complexo ocupa 4,6 milhões de metros quadrados e é modular, permitindo fabricar veículos híbridos e elétricos simultaneamente. Segundo a chinesa, a planta tem capacidade inicial para 150 mil veículos por ano, podendo chegar a 300 mil na segunda fase.
Na condição de importadora, a BYD já era líder no varejo de carros eletrificados. Segundo a Fenabrave, de janeiro a setembro foram nada menos que 77.198 unidades licenciadas. Resta saber se a marca continuará a manter sua política de preços agressiva com a produção local. Afinal, na condição de fabricante, o custo da operação sobe nas alturas.