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Conferimos o Renault Kardian com motor turbo e caixa manual

Renault Kardian Evolution manual agrada pelo conjunto da obra, mas abre mão da comodidade da caixa automática

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 31/05/2025 às 07:27.
 (Foto: Marcelo Jabulas)

(Foto: Marcelo Jabulas)

O mercado brasileiro está em lua de mel com a transmissão automática, hoje presente em mais de 60% dos emplacamentos e seus ganhos são expressivos. 

Maior eficiência e principalmente o conforto nas vias urbanas congestionadas, por exemplo. Deixar a máquina trabalhar não tem preço. Mas fato é que o carro automático não é barato (nada é barato) e fabricantes ainda apostam em modelos com caixas com trocas manuais para posicionar seus carros em patamares menos estelares. 

E foi o que a Renault fez com o Kardian. A versão Evolution (manual) é a opção mais barata na linha do SUV compacto, com preço inicial de R$ 112.690. Um “desconto” de quase R$ 12 mil em relação à versão Evolution EDC (dupla embreagem).

Claro que o corte não se deve apenas à troca da caixa, mas também a uma lista mais enxuta de conteúdos. Mesmo assim, é um carrinho bem equipado e com visual que quase não difere das versões mais caras. 

Para ter uma ideia, a versão oferece rodas de liga leve, luz diurna em LED, assim como os demais. O acabamento é simplificado, mas mesmo assim tem retrovisores e maçanetas pintados. Tem até aerofólio. Um cuidado que não dá a impressão de ser um carro depenado.
Por dentro, o acabamento também é simples: tecido e plástico. Mas nada diferente de seus rivais diretos, como Pulse e Tera. A lista de equipamentos oferece quadro de instrumentos digital, multimídia flutuante de oito polegadas (com Android Auto e Apple CarPlay, além de câmera de ré), climatização digital, vidros e retrovisores elétricos, além de seis airbags.

A versão abre mão dos assistentes de condução, mas o cabra bravo que não gosta de caixa manual também não gosta de nada controlando seu destino. É ou não é?

O Kadian manual ao volante

grande barato do Kardian manual é o casamento entre o motor TCe 1.0 de 125 cv e 22 kgfm de torque com a transmissão manual de seis marchas. Verdade seja dita que a caixa está longe de ser aquela manteiga que só VW e GM sabem fazer. No entanto, é bem melhor que a caixa do Logan (falou com a experiência de 11 anos).

Mas se as trocas não são tão precisas (às vezes o trambulador se embaralha entre a quarta e a sexta), o escalonamento é excelente e não há lag (retardo) em baixa rotação.

Todo motor turbo tem um ponto de baixa pressão da turbina. Geralmente, acontece quando a rotação cai, já que o fluxo de gases do escapamento diminui e reduz a pressão sobre o rotor que faz a turbina puxar mais ar para as câmaras. 

Um exemplo é quando o motorista está no acesso para uma via rápida, vindo de uma marginal. Ao reduzir para entrar, a rotação cai, e quando se dá pedal, o carro demora a responder, pois faltou pressão na turbina.

Em carros manuais, esse efeito é mais latente, pois as caixas automáticas sustentam a rotação acima desse ponto de baixa pressão. Mas no caso Kardian, o motor não cai nessa faixa asmática, como já vimos no bloco 170 TSI da VW e no motor 1.0 turbo da GM. 

Assim, o Kardian se mostra muito mais espertinho que coleguinhas turbo com transmissão manual. Além disso, ter uma sexta marcha aumenta consideravelmente a eficiência. Na estrada, registramos cerca de 14,5 km/l, com gasolina. 

Mas é claro que no dia a dia, no engarrafamento, muito provavelmente o amigo vai pensar se não valia a pena ter gasto R$ 12 mil a mais. Eu gastaria.

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