DE VOLTA ÀS ORIGENS

Dacia Hipster Concept propõe o retorno do carro popular na era elétrica

Novo elétrico romeno é diminuto, mas com espaço para quatro ocupantes e se posicionará abaixo do Kwid elétrico

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 09/10/2025 às 12:36.
 (Foto: Dacia/Divulgação)

(Foto: Dacia/Divulgação)

A Dacia ficou mundialmente conhecida há duas décadas por seu carro de 5 mil euros. Era o Logan, que chegou no Brasil por volta de 2007, com emblema Renault. Na época, o sedã era a aposta do carro de baixo custo para a porção leste do Velho Mundo e que se espalhou para mercados emergentes.

Agora, a marca apresentou o Hipster Concept, um estudo de carro elétrico que pretende redefinir o sentido de essencialidade na era da eletrificação. O projeto busca reduzir em 50% a pegada de carbono dos veículos elétricos atuais e retomar a ideia de mobilidade acessível. 

E faz todo sentido, o carro elétrico é caro aqui e na Europa. A eletrificação, somada às exigências regulatórias, levou à criação de carros mais pesados, complexos e caros, distantes da realidade de quem precisa de um veículo simples para o dia a dia. O Hipster Concept propõe um caminho inverso: menos peso, menos componentes e mais funcionalidade.

Além disso, há uma concorrência brutal com modelos chineses que chegam com valores muito mais acessíveis que os automóveis montados na Europa. Agora, os romenos querem repetir a receita que funcionou há 20 anos.

Com 3,0 metros de comprimento, o Hipster tem quatro lugares e porta-malas ajustável de 70 a 500 litros. É 20% mais leve que o Dacia Spring (versão europeia do Kwid E-Tech), que é o modelo elétrico mais barato da marca. Segundo a Dacia, a leveza do veículo representa não apenas eficiência, mas também uma forma de democratizar a mobilidade elétrica, ainda inacessível para grande parte dos consumidores.

O conceito foi desenhado para uso urbano e suburbano, com autonomia suficiente para trajetos diários e necessidade de recarga apenas duas vezes por semana. A proposta considera hábitos reais de condução: na França, 94% dos motoristas percorrem menos de 38 quilômetros por dia. A Dacia aposta que a chave para popularizar o carro elétrico não está em aumentar baterias, mas em adaptar o produto à rotina da maioria.

Diminuto, o carrinho segue uma proposta semelhante ao que a Stellantis elaborou com o Citroëm Ami e Fiat Topolino, que oferecem autonomia na casa dos 70 km. A diferença é que o Hipster é meio metro maior, tem o dobro da lotação e quer ser oferecido como um automóvel de fato e não um quadriciclo, como o modelo franco-italiano.

Por dentro, ele também é mais sofisticado que os pequerruchos da Stellantis, conta com quadro de instrumentos digital, permite utilizar o smartphone como multimídia e chave digital para dar partida. Para ganhar espaço interno, os assentos têm apenas forro do encosto, sem estofamento, como se fosse uma cadeira de escritório. 

O carrinho tomou conta do noticiário europeu, que o vê como uma solução viável. Resta saber quando a Dacia irá apresentar a versão definitiva. E o mais importante, quanto o modelo irá custar.

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