O MITO ITALIANO

Fiat Panda se tornou um ícone europeu e serviu de base para Uno brasileiro

Lançado em 1980, primeira geração do Fiat Panda ficou em linha por 23 anos, com direito a uma valente versão 4x4

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 23/09/2025 às 10:12.
 (Fiat/Divulgação)

(Fiat/Divulgação)

Apresentado em 1980, o Fiat Panda foi revolucionário para a marca italiana. Compacto por fora e espaçoso por dentro, o modelo foi um sucesso de vendas no Velho Mundo. Criado pelo designer Giorgetto Giugiaro, um dos nomes mais importantes do design automotivo do século 20, o Panda foi concebido como um carro acessível, prático e robusto, capaz de atender desde famílias urbanas até trabalhadores rurais em regiões mais remotas da Europa. 

O projeto nasceu da necessidade de oferecer um automóvel nos moldes do que o Fiat 500 havia sido nos anos 1950, mas adequado às transformações sociais e econômicas da virada da década de 1980. O resultado foi um carro de linhas retas, compactas e funcionais, pensado para ser de fácil manutenção e extremamente versátil. Giugiaro descreveu o Panda como “um par de jeans sobre quatro rodas”: simples, barato e útil em qualquer ocasião.


Com dimensões enxutas (pouco mais de 3,4 metros de comprimento), o Panda trazia um espaço interno surpreendente. Os bancos podiam ser reconfigurados em diferentes posições, inclusive formando uma espécie de cama improvisada. A carroceria, de aparência espartana, escondia soluções engenhosas para ampliar a praticidade, como portas de grande abertura e vidros planos que barateavam a produção e substituição.

Na mecânica, o Panda utilizava motores de baixa cilindrada já conhecidos da Fiat, com opções de dois cilindros e quatro cilindros 1.0. A versão de maior destaque, no entanto, foi o Panda 4x4, lançado em 1983 com tração integral desenvolvida pela Steyr-Puch. Pequeno, leve e robusto, tornou-se um verdadeiro símbolo da mobilidade em áreas montanhosas e rurais, especialmente nos Alpes italianos e suíços.

O impacto cultural do Panda foi imediato. Ele rapidamente se tornou um dos carros mais populares da Itália e encontrou público fiel em países como Espanha, França e Alemanha. Sua simplicidade fazia dele não apenas um automóvel acessível, mas também um meio de transporte que refletia valores de economia e pragmatismo em uma Europa que ainda enfrentava crises energéticas e mudanças sociais.

Produzido até 2003, com poucas alterações em seu conceito básico, o Panda de primeira geração resistiu por mais de duas décadas, algo raro no mercado automotivo. Nesse período, mais de 4,5 milhões de unidades foram fabricadas, consolidando-o como um clássico instantâneo da Fiat.

O Panda foi a base para o desenvolvimento do Uno, em 1983. E também serviu de inspiração para a segunda geração em 2010. Agora, o Grande Panda, que acabou de chegar ao mercado europeu, será fundamental para a sucessão do Argo, aqui no Brasil.

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