(Ford/Divulgação)
O mercado de automóveis tem diferentes artimanhas para gerar volume, publicidade e reforçar suas marcas diante do público. Tudo que puder ser explorado, não será poupado. A Ford tem bons históricos em seu currículo, mas nada se compara ao GT40.
Seu carro de corridas, que levou a marca a ser a única fabricante norte-americana a vencer na categoria principal nas 24 Horas de Le Mans, nunca é esquecido. E agora a Ford acaba de apresentar o GT 64 Prototype Heritage Edition 2022.Ford/Divulgação
PRIMÓRDIOS – O GT 64 Prototype Heritage Edition presta homenagem ao protótipo chassi GT/105 do GT40, que foi um dos primeiros passos da Ford para conquistar quatro vitórias em Le Mans
Trata-se de uma edição inspirada no protótipo do GT40 de chassi GT/105, uma das cinco unidades construídas entre 1963 e 1964. Foi a partir desse carro que a Ford iniciou a dinastia do GT40 em Le Mans entre 1996 e 1969.
Pintura de guerra
Com pintura branca e preta, o 64 Heritage é a sexta edição histórica da atual geração do GT. O carro foi a atração da Ford no Concurso de Elegância de Pebble Beach, em Monterey (Califórnia).
A decoração do GT inclui peças em fibra de carbono sem pintura, rodas aro 20 pretas, discos Brembo com pinças prateadas e demais elementos que buscam resgatar a identidade do carro dos anos 1960.
“Esta edição do Ford GT Heritage homenageia a herança dos supercarros da Ford, o protótipo que pavimentou o caminho para o programa e colocou tudo isso em movimento”, disse Mike Severson, gerente de programa do Ford GT.
O projeto de desenvolvimento era compartilhado entre o time inglês da Ford e a equipe de Carroll Shelby, nos Estados Unidos. Uma réplica do protótipo GT/105 inclusive fez uma ponta no longa-metragem “Ford Vs Ferrari”. É o carro que Shelby mostra para Ken Milles, e o piloto aponta várias falhas no carro.
Sob o capô, o GT comemorativo conta com o mesmo bloco EcoBoost V6 biturbo 3.5 de 670 cv, combinado com transmissão de dupla embreagem e sete marchas da Getrag. Conjunto que garante aceleração de 0 a 100 km/h em 3,0 segundos e velocidade máxima de 348 km/h.
Feijão sem bicho
O que a Ford fez é o que outros fabricantes de carro exóticos não se cansam de fazer. A Bugatti é mestre em criar edições homeopáticas de seus carros (que já são super exclusivos), que prestam homenagem aos tempos de glória da francesa nas pistas.
A Porsche cria carros para celebrar antigas lendas, como fez com a releitura do 935 (de 1978), montado sobre a base do atual 911 GT2 RS.
Trata-se de uma receita que nunca dá errado. O mercado de carros raros se tornou um investimento lucrativo. São carros que tendem a se valorizar devido à baixa tiragem, por serem conservados como itens de coleção.
Para se ter uma ideia, há 30 anos um McLaren F1 custava US$ 800 mil. Hoje, há unidades negociadas por US$ 20 milhões.