A GM, assim como demais fabricantes locais, não teriam como fabricar BEVs (sigla para carro 100% elétrico) da noite para o dia. A transição precisa ser gradual
Linha de montagem de São Caetano do Sul ficará responsável pelo desenvolvimento do primeiro Chevrolet híbrido brasileiro (GM/Divulgação)
Nada como um dia após o outro. Há pouco tempo a matriz da General Motors cravou que iria migrar do carro a combustão para o elétrico, sem dar chance para o intermediário híbrido.
O anúncio tinha sido feito pela própria Mary Barra, CEO da GM. A declaração deixou as filiais aflitas, pois poderia inviabilizar a produção em mercados incapazes de absorver seus produtos 100% elétricos.
Para piorar, concessionários norte-americanos ameaçaram deixar as bandeiras da GM, já que o híbrido tem mais potencial de mercado que o elétrico. Barra voltou atrás e todos dormiram felizes.
E uma prova disso é que a GM do Brasil acaba de anunciar um aporte de R$ 5,5 bilhões para o desenvolvimento de motores híbridos para América do Sul. A grana será investida para colocar um SUV híbrido flex no mercado.
O modelo certamente é o Chevrolet Tracker, assim como a picape Montana. Mas a GM também trabalha num aventureiro derivado do Onix, para ser um rival para Kardian, Pulse e Nivus.
Mas por que o híbrido e não elétrico? A razão é simples! Converter um carro a combustão para elétrico demanda uma cadeia de fornecimento e um esforço de engenharia bilionário.
A GM, assim como demais fabricantes locais, não teriam como fabricar BEVs (sigla para carro 100% elétrico) da noite para o dia. A transição precisa ser gradual. O que a General Motors está fazendo é o mesmo que a Stellanis já traçou e também é o mesmo que Volkswagen e Renault também farão.
Assim, os primeiros Chevrolet eletrificados, Made in Brazil, deverão contar com conjuntos leves, com um módulo que substitui motor de arranque e alternador. Posteriormente o híbrido puro, híbrido plug-in e quando a cadeia estiver amadurecida, aí sim o BEV de fato. Não dá para passar o carro na frente dos bois.