Hummer lunar terá capacidade para rodar até 30 mil km em seu ciclo de vida útil
(Foto: GM/Divulgação)
Durante a Corrida Espacial, a Lua se tornou um objetivo cobiçado, mas depois que a Missão Apollo, da Nasa, se encerrou, as potências se esqueceram do grande queijo celeste. Mas, nos últimos anos, o interesse pelo satélite natural voltou a crescer.
Depois de missões bem sucedidas de países como China e Índia, os Estados Unidos voltaram seus olhos para a Lua. E nessa toada, a General Motors (GM) e a Lunar Outpost apresentaram o Eagle Lunar Terrain Vehicle (LTV), rover elétrico que integrará o programa Artemis da Nasa. O protótipo será exibido ao público na State Fair of Texas, em Dallas, entre 26 de setembro e 19 de outubro, ao lado do GMC Hummer EV, modelo que serviu como base tecnológica para o desenvolvimento do veículo lunar.
A ligação entre os dois veículos está nas soluções de propulsão, baterias e sistemas de controle. O Eagle utiliza baterias de íons de lítio com cátodos NCMA (níquel-cobalto-manganês-alumínio), já aplicadas no Hummer EV.
Esse tipo de célula oferece alta densidade energética, durabilidade e desempenho mesmo em condições extremas de temperatura. Na Lua, onde há áreas com calor intenso e regiões em sombra permanente com temperaturas extremamente baixas, a robustez das baterias será decisiva para garantir operação contínua.
O veículo lunar foi projetado para operar por dez anos e percorrer até 30 mil quilômetros em missões tripuladas ou autônomas. A comparação mostra a evolução tecnológica: os rovers do programa Apollo, usados entre 1971 e 1972, percorreram juntos pouco mais de 30 quilômetros.
Além da resistência, o Eagle se diferencia pela capacidade de operar de forma remota, utilizando sensores como LiDAR, radar e câmeras de alta resolução para navegação autônoma em terrenos desconhecidos.
Entre as soluções herdadas do Hummer EV estão modos avançados de locomoção. O SUV elétrico da GMC dispõe de sistemas como Crab Walk e King Crab, que permitem deslocamento lateral e manobras em ângulos fechados. No rover, quatro motores independentes possibilitam movimentação precisa em solo irregular, recurso fundamental para superar rochas e crateras lunares.
A gravidade reduzida da Lua representa um desafio adicional. Com apenas um sexto da gravidade terrestre, a estabilidade veicular é três vezes mais difícil de manter. Os engenheiros da GM explicam que dirigir a 48 km/h na superfície lunar terá efeito semelhante à sensação de conduzir a 144 km/h na Terra. Para enfrentar essa realidade, o Eagle incorpora sistemas de tração, freios ABS, vetori-zação de torque e suspensão adaptada.
Mas o que chama atenção é como a Nasa irá disparar o jipão para a Lua. Pois, se ele utiliza baterias similares às do Hummer EV (que pesam nada menos que 2 toneladas), o veículo completo deve ser bastante pesado. E quando se trata de viagem espacial, cada grama extra aumenta o consumo de combustível e a viabilidade da missão.