O túnel de vento se tornou um recurso indispensável na fabricação de qualquer automóvel. Ele é responsável por indicar como a carroceria reage à resistência do ar enquanto se desloca.
De um compacto popular a um bólido de Fórmula 1, a visita no túnel de vento pode salvar ou condenar o projeto de um carro.
Acontece que há poucos laboratórios como esse. Eles demandam espaço, são caros e precisos, com uso de computadores de
ponta. Pois literalmente se coloca o carro diante de um ventilador gigante, que simula o carro em movimento. Imagine um túnel de vento em 1952?
Pois é, foi em um túnel de vento que a Alfa Romeo e a Carrozzeria Touring moldaram o C52 1900 Disco Volante. Esse carro de
corridas foi desenhado para as provas de turismo europeias. Naquela época, o Velho Mundo ainda se reerguia da Segunda Guerra
Mundial. E nada como o automobilismo para emplacar uma marca.
Assim, a fabricante do Cuore Sportivo chamou a encarroçadora milanesa para criar um carro imbatível, capaz de vencer a Ferrari 166, construída pelo antigo “prata da casa”, o comendador Enzo.
O Disco Volante recebeu formas ovaladas. Visto de frente parece que flutua. Duas formas ajudam o ar a passar com facilidade
tanto por cima como por baixo da carroceria.
Sob o capô foi instalado umaunidade2.0dequatro cilindros, de 156 cv, graças ao sistema de dupla carburação. Com apenas
735 quilos, o motor permitia boa performance e eficiência. Foram construídas três unidades.
No entanto, os engenheiros resolveram dar mais potência ao carro e aplicaram a unidade seis cilindros (em linha) 3.5, ajustada para 227 cv, que deixava o carro extremamente rápido. Mas o Disco Volante acabou não vingando nas pistas. Foium estudo sofisticado de design e aerodinâmica, contribuições significativas para a indústria do automóvel.
Há quem diga que elementos dessa Alfa inspiraram o desenho do Jaguar E-Type, 11 anos depois. Aquele belo carro que Enzo
Ferrari disse ser o mais bonito já criado.