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Hyundai Creta evolui em tudo ao mudar de visual e aposentar motor da velha guarda

Facelift deu cara nova (literalmente) ao Hyundai Creta, que também ficou mais potente e eficiente com novo motor 1.6 de 193 cv

Marcelo Jabulas
@mjabulas
24/02/2025 às 14:55.
Atualizado em 24/02/2025 às 15:00
 (Foto: Marcelo Jabulas)

(Foto: Marcelo Jabulas)

Quando a Hyundai resolveu fabricar carros no Brasil, ela dissecou o Volkswagen Gol para saber o que o brasileiro gostava. Afinal, o velho guerreiro era líder absoluto de vendas. Então, ela desenvolveu o HB20, que é um grande sucesso de vendas. Mas com as exigências de itens de segurança e emissões, assim como a crise econômica que se instalou na primeira metade dos anos 2010, a HMB sacou que não daria para sobreviver apenas com modelos compactos de entrada. Foi aí que ela bolou o Creta.

O SUV chegou fazendo estardalhaço, fazendo com que a marca largasse na frente de grandes players como Fiat, Chevrolet e Volkswagen que ainda não tinham seus utilitários nacionais. O Creta ganhou mercado e concorreu em pé de igualdade com Honda HR-V e Jeep Renegade, que eram os grandes expoentes daquele momento.

Em 2021, a Hyundai resolveu aplicar uma mudança drástica no SUV. Ela manteve a mesma plataforma e substituiu os painéis de funilaria. Parece uma geração totalmente nova, mas a estrutura é a mesma. Naquela época o modelo estreou o moderno motor TGDI 1.0 turbo de 120 cv, mas manteve o velho 2.0 de 166 cv em linha na versão topo de linha. 

O Creta gerou reações com seu visual pouco ortodoxo, faróis e lanternas não agradaram gregos e troianos ao mesmo tempo. Mesmo assim, o SUV tornou-se um fenômeno e tornou-se um dos líderes do mercado, inclusive é campeão em vendas para pessoas físicas. Ou seja, o consumidor comum, sem as distorções das compras volumosas das locadoras.

Mas a HMB sabia que tinha arestas para aparar e no segundo semestre de 2024 apresentou a linha 2025 reestilizada. O visual ficou mais legal, com novos faróis, grades e lanternas. Elementos que deixaram o modelo mais sofisticado e agradável aos olhos.

Fôlego renovado

No entanto, a grande novidade está debaixo do capô. O velho motor 2.0 saiu de cena, pois não se adequaria às regras de emissões do Proconve L8, que passaram a vigorar em 1º de janeiro. No lugar, a  marca instalou o moderno TGDI 1.6 turbo de 193 cv e 27 kgfm de torque. Esse bloco já esteve presente em modelos como o Tucson (de terceira geração). 

O motor deu fôlego renovado ao SUV, com acelerações brutais e muito torque disponível, o que tornou o modelo bem mais esperto. Junto do bloco, também foi instalada uma nova transmissão. Trata-se de uma caixa de dupla embreagem e sete marchas, com trocas absurdamente rápidas.

Rodamos com Creta Ultimate por cerca de 1,5 mil quilômetros, com pelo menos 1.200 em rodovia, com serras, ladeiras e subidas e descidas sinuosas. A média de consumo girou em torno de 13,1 km/l. Lembrando que o SUV só pode ser abastecido com gasolina.  Os números empolgaram, principalmente quando comparamos com o consumo do antigo bloco aspirado, que girava de 7 km/l, com etanol que é menos eficiente (é bom deixar claro).

A estabilidade do Creta também impressiona, assim como seu pacote farto de tecnologias, com assistentes de condução que mantém o carro no centro da faixa de rodagem, alertam sobre o deslocamento dos carros à frente, e conta também com controle de cruzeiro adaptativo (ACC), monitor de ponto cego, alerta e câmera 360º, monitor de tráfego cruzado em ré, alerta de colisão e frenagem autônoma emergencial. 

Por dentro, acabamento em couro, banco do motorista com ajuste elétrico, quadro de instrumento digital (com projeção das câmeras laterais), multimídia com conexão (a cabo) para smartphones, climatização eletrônica de duas zonas e teto solar panorâmico tentam justificar seu preço de R$ 197 mil. No entanto, quando comparamos com as versões de Honda HR-V, Jeep Renegade e Volkswagen T-Cross, a nota salgada não difere em quase nada de seus rivais.

Ponto negativo

Claro que nem tudo são flores. Um ponto negativo do Creta Ultimate é a marcha à ré. Ele repete um problema antigo das primeiras caixas robotizadas. Em manobras de ré, em ladeiras, em que é preciso manter uma aceleração estável (e aliviar o pé direito) a caixa tende a desacoplar a embreagem, fazendo com que o carro comece a descer.

 Assim, é preciso treinar um “punta taco”, ou condicionar o pé esquerdo a controlar o freio, pois num desses “galeios”, o carro pode descer demais e acabar dando um beijinho no veículo à frente, ou acelerar demais e esbarrar no carro estacionado atrás. Fora isso, o Creta Ultimate é espetacular.

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