Jeep Compass parte dos R$ 100 mil com opções de motor turbodiesel e um inédito 2.0 de 166 cv

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
30/09/2016 às 19:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:03
 (Jeep/divulgação)

(Jeep/divulgação)

GOIANA (PE) – A união entre a Chrysler e a Fiat chegou a ser taxada como “abraço dos afogados” há alguns anos, devido à delicada condição dos dois grupos. No entanto, o casamento deu certo e a estratégia de fazer com que a Jeep se torne o selo global da FCA já gerou dois frutos, o Renegade e o novíssimo Compass, que chega para aposentar o insosso antecessor com atributos de modelo global.

Ao combinar preço competitivo, farto pacote de conteúdo e habilitação para uso fora-de-estrada, que não faz feio diante do veterano Wrangler, o Compass se mostra apto a cativar jipeiros e madames que se digladiam por uma vaga no shopping. 

Além do valente motor turbodiesel 2.0 de 170 cv e sua transmissão automática de nove marchas, o Compass estreia no Brasil a unidade Tigershark 2.0 de 166 cv (combinado com a caixa de seis velocidades) que dá um banho no pouco expressivo Etorq 1.8 que equipa o irmão Renegade e a picape Fiat Toro.

Mão cheia
Partindo de R$ 100 mil, a rede varejista estima vendas internas na casa das 2.500 unidades mensais, enquanto os executivos da FCA calculam atingir um volume de produção da fábrica de Goiana na ordem de 180 mil unidades, no somatório com o irmão menor e caminhonete italiana.

E o otimismo tem suas justificativas. O Compass é um jipinho polivalente e tem uma estratégia de preços que atinge concorrentes entre R$ 100 mil e R$ 150 mil, muitos deles sem as mesmas capacidades fora-de-estrada que o modelo oferece em sua configuração turbodiesel, e com tração 4x4. A rigidez a torção e a capacidade de transpor terrenos acidentados fazem do Compass um veículo extremamente valente e de fácil manuseio. 

O jipinho é equipado com uma parafernália eletrônica composta por seletores de tração, tipo de terreno e bloqueio eletrônico do diferencial. Tudo isso praticamente impede que os menos experientes agarrem em um atoleiro. 

O modelo também encara áreas alagadas. Segundo a Jeep, ele pode avançar em terrenos alagados com até meio metro de profundidade, sem risco de a água ser aspirada para o motor e provocar o temido calço hidráulico.

Urbanoide
Ao mesmo tempo, ele se comporta como um automóvel de passeio, com funcionamento macio (a vibração do motor turbodiesel 2.0 de 170 só é percebida em ponto morto) e bom nível de isolamento acústico. O pacote de conteúdo básico inclui itens como direção elétrica, freio de Estacionamento elétrico, módulo multimídia com GPS e câmera de ré, além de controles de estabilidade e tração. Ele também conta com pacote opcional de segurança que inclui assistente de estacionamento e controle adaptativo de cruzeiro.

Assim, os executivos não titubeiam em afirmar que o Compass concorre ao mesmo tempo com modelos como Hyundai ix35, Kia Sportage, Mitsubishi ASX, Audi Q3, Mercedes-Benz GLA e BMW X1.

Vendas em outubro
As vendas do Compass já estão abertas, mas a entrega do carro só começa no final de outubro. O modelo será oferecido em três versões de acabamento e duas opções de conjunto motor. A versão de entrada, a Sport, vem equipada com motor 2.0 flex de 166 cv e caixa automática de seis velocidades e tração dianteira. Seu preço sugerido é de R$ 99.990. Os executivos da FCA estimam que a versão seja responsável por 40% das vendas do modelo.

Um degrau acima surge a versão Longitude, que inclui mimos como ar-condicionado de duas zonas, chave presencial, sistema mulmídia com tela de 8,4 polegadas, dentre outras firulas de acabamento, que fazem o preço saltar para R$ 106.990.

Já a opção Limited, acrescenta detector de pontos cegos, bolsas laterais, cortinas e airbag de joelho para o motorista, assim como faróis de xenônio, no valor de R$ 124.990. As duas versões deverão corresponder a 30% do mix.

O Compass com motor flex é uma opção citadina do utilitário, tanto que seu para-choque tem um defletor que limita seu ângulo de ataque em terrenos acidentados.

Turbodiesel
Na configuração com motor turbodiesel de 170 cv, transmissão automática de nove marchas e tração 4x4 faz do Compass um veículo todo-terreno, com ângulo de ataque de 29° e saída de 33°. O sistema de bloqueio de diferencial e os seletores de tração e terreno eletrônicos fazem com que o preço inicial na versão Longitude seja tabelado em R$ 132.990. Já a versão topo de linha, Trailhawk salta para R$ 149.990. Nestas configurações a Jeep pretende atacar SUV’s premium como BMW X1, Audi Q3 e Mercedes-Benz GLA.

Estrategicamente, o Compass segue o mesmo conceito das versões do Renegade, em que há uma diferenciação das versões com aptidão fora-de-estrada e as voltadas para o uso citadino, o que dá ao consumidor a opção de pagar pelos conteúdos que ele for usar.

O resto do baralho
Construído sobre a mesma plataforma modular que dá vida ao Renegade e Toro, a engenharia da FCA garante que o carro só compartilha 25% dos componentes. 

Durante a apresentação, o executivos foram veementes em manter a coletiva restrita à marca Jeep. No entanto, na “boca pequena”, a grande aposta é se o modelo servirá de base para um futuro SUV com base na Toro, já que ambos compartilham plataforma que pode ser alongada para os 2,99 metros de entre-eixos da picape e comportaria uma terceira fileira de bancos. Será?

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