Kwid Outsider 2020 é opção “recheada” para quem busca um popular para chamar de seu, mas é preciso ficar atento com a procedência e atendimento a recalls
(Foto: Marcelo Jabulas)
O Renault Kwid está longe de ser o automóvel mais sofisticado da praça. Esse carrinho foi pensado para mercados emergentes, como a Índia e o Brasil. Assim, ele lança mão de refinamentos para poder atender a necessidade de ter um carro na garagem.
O problema é que até como popular o Kwid é caro. Mas quem não se importa com modelo 0 km, pode encontrar no francês uma boa opção de usado. E nossa escolha é o Kwid Outsider 2020. Isso mesmo, esse carrinho é cotado na Fipe em R$ 42.800, exatamente a metade do que é pedido pela versão mais refinada da linha 2025.
Quando a versão estreou em 2019, ela ganhou acabamento diferenciado, como novos apliques no entorno dos faróis de neblina e nas laterais. Acabamento interno exclusivo e inclusão dos sistemas Apple CarPlay e Android Auto ao módulo MédiaNav Evolution.
Visualmente, as alterações não trazem nenhum tipo de benefício prático. O Kwid é um carrinho simpático por essência. Por dentro, o incremento na conectividade e a câmera de ré tornam a vida urbana mais prática. E como ele é magrinho, é possível espremer esse carro em qualquer cantinho, e a câmera garante que você não irá dar nenhum beijinho no para-choque alheio.
Vale lembrar que o Kwid é um carro genuinamente citadino. O visual aventureiro e a chancela de SUV têm apelo emocional e não prático. Na cidade ele resolve muito bem, pois, por ser pequeno e estreito, é muito fácil serpentear no trânsito, assim como encontrar vaga.
Por dentro ele é apertado. Colocar cinco pessoas no Kwid é um desafio às leis da física. Quatro pessoas viajam com dignidade, mas sem folga. Por ser um carro diminuto, os 290 litros do porta-malas surpreendem.
O acabamento é simples, mas o acabamento exclusivo da versão, assim como a tela multimídia (com câmera de ré, Android Auto e Apple Carplay) e itens como ajuste elétrico dos retrovisores dão um toque de refinamento ao carrinho.
Seu motorzinho de 70 cv e 9,8 kgfm de torque é o mesmo da atualidade, mas sem a revisão de emissões que o deixou um pouquinho mais forte. Mas na prática não muda nada. O segredo é abastecer com gasolina, que ele consegue médias mistas na faixa dos 15 km/l.
O único ponto de observação é conferir se o antigo dono atendeu aos chamados de recall. O Kwid tem campanha aberta para verificar possíveis fissuras no eixo traseiro. E também há risco de superaquecimento por falha no sistema de arrefecimento. Se estiver tudo nos conformes, pode ser uma boa aposta.