(Fotos Fiat)
Quando a Fiat lançou o Mobi, em março, ponderamos neste espaço que o carrinho tinha nascido fora de seu tempo. Isto porque surgia num momento de crise econômica, escassez de crédito e inflação acelerada, tripé que tem impactado fortemente o segmento de populares, nicho que atende um perfil de consumidor que depende de crédito e não pode se aventurar em financiamentos arrastados.
No entanto, o mercado conspirou a favor do carrinho. Se, na data de lançamento, o preço inicial de R$ 32 mil não o deixava mais interessante que o rival Volkswagen Up, hoje o valor se tornou atrativo, pois o qualificado rival alemão encareceu cerca de R$ 2,2 mil, assim como a maioria dos automóveis vendidos no país, independentemente da categoria. Mesmo com a escalada de preços, o Mobi ficou no mesmo lugar. Hoje é mais barato que o rival e ocupa a vaga do falecido Uno Vivace.
Testamos a versão topo de linha Like On, que agrega todos os opcionais disponíveis para o carrinho, como direção hidráulica, ar-condicionado, computador de bordo, trio-elétrico (vidros, travas e retrovisores elétricos) com função de ajuste automático do espelho externo direito para auxílio em baliza, sensor de ré, rodas de liga leve, rádio com MP3, USB e Bluetooth, dentre outros ítens que tentam convencer o consumidor a desembolsar R$ 42.300 pelo compacto (R$ 43.550 com opção de pintura metálica).
Aperta que cabe
Apesar de ser um carro urbano, o Mobi peca pela falta de espaço. Se o motorista tiver mais de 1,75 metro, assento atrás dele acomodará apenas uma criança e levar três passageiros nesse espaço chega a ser desumano. Outro ponto negativo é o nível de acabamento pobre e o excesso de ruído externo que invade a cabine, comprometendo o conforto.
O bagageiro também é mínimo, o que desencoraja viagens longas. Tanto que o uso da tampa de vidro é justamente para oferecer um pouco mais de volume, pois a tampa de ação teria maior espessura. No entanto, as medidas modestas fazem dele um carro prático no trânsito e ótimo para estacionar, pois cabe em qualquer lugar.
O Mobi é também extremamente econômico e prático no trânsito urbano. Leve, o veterano motor Fire EVO de 75 cv oferece desempenho mais satisfatório do que nos demais modelos que têm a unidade como opção.
Fiat MObi like On 1.0
O que é?
Hatch sub-compacto, quatro portas e cinco lugares.
Onde é feito?
Fabricado na unidade da FCA em Betim.
Quanto custa?
R$ 43.550 mil (versão avaliada).
Com quem concorre?
Diretamente com o Volkswagen Up (R$ 34.430 a R$ 53.880), no segmento de sub-compactos.
No dia a dia
É um automóvel urbanoide. Seus 3,55 metros de comprimento fazem dele um carro muito prático na cidade, que se desvencilha facilmente na confusão do trânsito e cabe em praticamente qualquer vaga. Trata-se de um carro para levar pouca gente e bagagem, os 2,30 metros de entre-eixos penalizam o conforto dos ocupantes, e os reduzidos 235 litros do porta-malas sepultam a ideia de um automóvel familiar, a não ser que seja o segundo carro da garagem.
Motor e transmissão
O veterano Fire Evo 1.0 de 75 cv mostra-se muito satisfatório no trânsito urbano. As relações curtas da caixa manual otimizam as arrancadas, tornando o carrinho ágil. No entanto, falta fôlego em uso rodoviário e os 9,5 mkgg de torque não lhe garantem vigor para arriscar ultrapassagens com total segurança.
Como bebe?
Abastecido com gasolina, a unidade testada registrou média de 13,2 km/l na cidade.
Suspensão e freios
Ajustada para absorver a buraqueira das vias brasileiras, a suspensão é firme, mas transmite muita vibração para a cabine. Por outro lado, oferece boa estabilidade nas curvas.
Pontos positivos
- Consumo
- Praticidade no trânsito
Pontos negativos
- Espaço interno
- Acabamento pobre
- Isolamento acústico