Sedãs turbo: eficiência sem perder a libido

Marcelo Ramos
Hoje em Dia - Belo Horizonte
25/11/2016 às 19:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:49

A inclusão do turbocompressor, na década de 1970, tinha como função oferecer desempenho para os motores compactados por causa da chamada Crise do Petróleo. BMW e Porsche conseguiram fazer com que o sistema de sobreali-mentação funcionasse de maneira satisfatória, tornando modelos como o 2002 Turbo e o 911 Turbo duas lendas da esportividade. 

No entanto, em meados da década de 1990, o turbo caiu em desuso e só voltou nos últimos anos para atender ao chamado Downsizing, não por uma questão de crise energética, mas por uma necessidade de tornar os automóveis mais eficientes. Como é de praxe, a tendência chegou primeiro nos modelos de luxo e agora desceu para o patamar de sedãs médios e há até hatches (leia na página 8) e populares que já estrearam seus motores turbinados de fábrica.

Entre os sedãs, há cinco opções nacionais (incluindo modelos vindos da Argentina, integrante do Mercosul), que oferecem unidades compactas auxiliadas por um turbocompressor. Esses propulsores são capazes de ser bem mais eficientes que antigas e beberronas unidades aspiradas, com volumes de 1.8 a 2.0 litros, e atendem as exigências de emissões europeias, japonesas e norte-americanas. 
E como nos mercados externos esses motores já são uma realidade, sua chegada aqui era uma questão de tempo e também de economia de escala, afinal há uma tendência dos fabricantes em padronizar motores e demais componentes em nome da economia de escala. 

turbo tupiniquim
Por aqui já circularam modelos como Fiat Tempra e Marea Turbo e Renault Fluence GT, com uma proposta voltada para a esportividade (exceção para o Linea T-Jet, que já vislumbrava o conceito de maior eficiência). 

Atualmente, Volkswagen, Peugeot, Citroën e mais recentemente Honda e Chevrolet contam com sedãs turbo no mercado brasileiro semelhante aos oferecidos no mercado internacional

 GM / N/A


A segunda geração do Cruze chegou ao mercado em meados deste ano, estreando o motor turbo 1.4 de 153 cv, que o deixou cerca de R$ 9 mil mais caro. A nova unidade aposentou de vez o motor 1.8 de 140 cv e se mostra mais eficiente, devido a oferta total de torque entre 2 mil e 5 mil rpm. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), aferido pelo Inmetro, o consumo urbano do Cruze subiu de 6,1 para 7,6 km/l com etanol e 9,1 para 11,2 km/l com gasolina. Disponível em duas versões (LT e LTZ), oferece desde a versão de entrada e itens como ar-condicionado digital, direção elétrica, função start/stop, trio elétrico, sistema multimídia MyLink, com espelhamento de smartphone e câmera de ré, além de controle de tração e estabilidade (ESP) e serviço de atendimento OnStar.

Motor:Turbo 1.4 de 153 cv e 24,5 mkgf 
Transmissão:Automática, 6 marchas 
Tração:Dianteira
Suspensão:Independente McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) 
Freios:Discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira)
Pneus: 215/50 R17
Comprimento: 4,66 metros
Entre-eixos: 2,70 metros
Tanque:52 litros
Porta-malas:440 litros 
Peso:1.321 kg

 CITROEN / N/A

Citroën C4 Lounge THP (R$ 73.590 A R$ 95.990)
No mercado desde 2013, em junho a Citroën aboliu de vez o motor aspirado 2.0 e passou a oferecer o sedã apenas com a unidade turbo THP 1.6, desenvolvido em conjunto com a BMW, oferecendo desempenho impressionante ao francês. Já o seu consumo urbano tem médias de 7,1 km/l com etanol e 10,5 km/l com gasolina, de acordo com o Inmentro. Com cinco versões, o C4 Lounge é o sedã turbo mais acessível do mercado, devido à opção de caixa manual de e seu pacote básico de conteúdo oferece itens como bancos em couro, ar-condicionado, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores), sistema multimídia com DVD, CD, MP3, Bluetooth (não é conexão com dispositivos iOS e Android), controle de estabilidade (ESP), rodas de liga-leve aro 16 e faróis de neblina.

Motor:Turbo 1.6 de 173 cv e 24 mkgf 
Transmissão:Automática, 6 marchas 
Tração:Dianteira
Suspensão:Independente McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) 
Freios:Discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira)
Pneus: 205/55 R16 ou 225/45 R17
Comprimento: 4,62 metros
Entre-eixos:2,71 metros
Tanque:60 litros
Porta-malas: 450 litros 
Peso:1.355 kgHONDA / N/A


Assim como o Cruze, o Civic também estreou no seleto grupo dos sedãs turbo com a unidade 1.5 de 173 cv e 22,3 mkgf de torque. No entanto, a Honda é a única que ainda mantém a opção de motor aspirado, uma vez que a turbinada só está disponível na versão topo de linha Touring. De acordo com o Inmetro, a unidade que só pode ser abastecida com gasolina tem consumo médio de 12 km/l na cidade, ante 9,7 km/l da versão com motor 2.0. Por ser exclusivo da versão topo de linha, o Touring é um dos modelos mais caros da confraria, mas justifica o preço salgado com um pacotão que inclui partida sem chave, bancos em couro, com ajuste elétrico para motorista, multimídia com porta HDMI e tela de sete polegadas, ar-condicionado de duas zonas, seis airbags, dentre outros.

Motor: Turbo 1.5 de 173 cv e 22,4 mkgf 
Transmissão: CVT, 7 marchas 
Tração: Dianteira
Suspensão: Independente McPherson (dianteira) e multilink (traseira) 
Freios: Discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira)
Pneus: 215/50 R17
Comprimento: 4,63 metros
Entre-eixos: 2,70 metros
Tanque: 56 litros
Porta-malas: 519 litros 
Peso:1.326 kg

 PEUGEOT / N/A


Primo de primeiro grau do Citroën C4 Lounge, o 408 compartilha mesma base e linha de montagem em Palomar, na Argentina. O sedã do Leão também aboliu o motor 2.0 aspirado e passa a oferecer apenas o polivalente THP 1.6 de 173 cv, que também equipa os irmãos 208 e 2008. Em termos de consumo, o Inmetro informa que a versão turbo tem média na cidade de 7,3 km/l contra 5,6 km/l do 2.0 bebendo etanol. Já com gasolina o THP consome 10,6 km/l, ante 8,2 km/l do aspirado. Sue portfólio conta com apenas duas versões (Business e Griffe), sendo que a opção de entrada vem equipada com bancos em couro, ar-condicionado, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores), sistema multimídia com DVD, CD, MP3, Bluetooth e navegador GPS, além de seis airbags e ESP.

Motor:Turbo 1.6 de 173 cv e 24,5 mkgf 
Transmissão: Automática, 6 marchas 
Tração: Dianteira
Suspensão:Independente McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) 
Freios: Discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira)
Pneus: 215/50 R17
Comprimento: 4,69 metros
Entre-eixos:2,71 metros
Tanque:60 litros
Porta-malas: 526 litros 
Peso:1.494 kgVW / N/A


A atual geração do Jetta chegou ao mercado em 2011 e trouxe junto com ela o motor turbo 2.0 de 210 cv, que fazia dele um esportivo em traje executivo. No início deste ano a marca passou a produzir o sedã com motor turbo 1.4 de 150 cv, que substituiu o veterano e apático 2.0 aspirado de 120 cv. Além de performance infinitamente melhor, a unidade também trouxe ganhos em consumo. Segundo o Inmetro a versão que bebe apenas gasolina, teve consumo de médio de 11,3 km/l na cidade contra 6,5 km/l do motor aspirado. Oferecido em duas versões, Trendline e Comfortline a versão opção oferece itens como direção elétrica, ar-condicionado com difusor traseiro, trio elétrico, sistema multimídia com navegador GPS, sensor de manobra na frente e atrás, e ESP.

Motor: Turbo 1.4 de 150 cv e 25,5 mkgf 
Transmissão: Manual ou automática, 6 marchas 
Tração: Dianteira
Suspensão: Independente McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) 
Freios: Discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira)
Pneus: 205/55 R16
Comprimento: 4,65 metros
Entre-eixos: 2,65 metros
Tanque: 55 litros
Porta-malas: 510 litros 
Peso: 1.298 kg

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por