(Marcelo Ramos)
Depois de seis anos no mercado brasileiro, a JAC tem mostrado uma notável evolução que ratifica as previsões de que os chineses atingiriam a excelência em fabricação de automóveis em menos tempo que os sul-coreanos. O utilitário-esportivo (SUV) T5 é uma comprovação disso. E se puxarmos na memória o primeiro contato com o J3 (pioneiro da marca no Brasil), assim como o médio J5, a qualificação é gritante. Mas não significa que chegou a perfeição.
Percepções sutis no uso cotidiano mostram que falta vivência no ofício. Detalhes como a direção muito leve e respostas lentas do motor podem passar despercebidos por parte dos consumidores. Mas os mais atentos irão questionar estes quesitos, que estão mais para a calibração de determinados sistemas do que para a qualidade em geral do modelo.
Ponto forte
O T5 é um jipinho compacto que, como todo chinês, se destaca pelo preço atraente e farto pacote de conteúdo. Ao custo de R$ 73.490, o modelo vem equipado com direção elétrica, ar-condicionado digital, multimídia com câmera de ré e espalhamento para smartphone via conexão HDMI, numa tela de oito polegadas, bancos revestidos em couro e transmissão automática do tipo CVT.
Trata-se de uma das opções mais acessíveis para quem busca um jipinho urbano sem pedal de embreagem. E apesar dos pequenos deslizes, o fator preço tem sido o grande argumento do jipinho chinês. Ele tem vendido cerca de 165 unidades mensais, que pode até parecer pouco, mas é o principal produto da marca atualmente. Afinal, das quase 1.400 unidades licenciadas pela JAC em 2017, 1.083 são do T5.
Raio-x JAC T5 1.5 CVT
O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto, quatro portas e cinco lugares.
Onde é feito?
Fabricado na China.
Quanto custa?
R$ 73.490
Com quem concorre?
O veterano Hyundai Tucson é o único SUV compacto com caixa automática abaixo dos R$ 75 mil e parte de R$ 69.990. Os concorrentes mais próximos do T5 com caixas automáticas são o Ford EcoSport (R$ 78.800) e Peugeot 2008 1.6 Allure (R$ 77.580).
No dia a dia
O T5 oferece atributos para concorrer com os demais jipinhos do mercado. Bancos em couro, multimídia com conexão via HDMI e ar-condicionado digital são itens que dificilmente são encontrados pelo valor cobrado pelo jipinho. Mas a falta de um navegador GPS nativo é uma falha.
Seus 4.35 metros de comprimento fazem dele um carro prático no trânsito e a direção elétrica facilita as manobras. No entanto, a visão traseira é péssima e a câmera de ré é fundamental. Pena que a resolução da imagem seja ruim e não permita confiar apenas nela. Apesar de compacto, o T5 oferece bom espaço interno para quatro ocupantes adultos e uma criança. O porta-malas também é generoso e comporta 600 litros.
Motor e transmissão
A unidade 1.5 16v de 127 cv pode até impressionar pela cavalaria, mas ele só aparece nos 6.000 rpm, o que torna o carro muito ruidoso quando exigido. O torque de 15,7 mkgf por sua vez é pouco para seus quase 1.300 quilos e a caixa CVT, apesar do conforto no uso cotidiano, tem respostas demoradas e um escalonamento curto que sempre eleva o giro do motor.
Como bebe?
Abastecida com álcool, a unidade testada registrou média de 8,1 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.
Suspensão e freios
O T5 tem suspensão dura, principalmente no eixo traseiro, que conta com eixo de torção. No entanto, ela contribui para a estabilidade do jipinho, apesar de a direção elétrica ser muito leve e demandar atenção. O sistema de freios conta com discos nas quatro rodas. Uma dica para quem trafega em cidades com muitas ladeiras como Belo Horizonte é fazer uso do modo Neve (o botão com floco de neve junto ao câmbio), que facilita a arrancada em ladeiras de pouca aderência e aumenta o tempo de permanência do assistente de partida em rampa.
Pontos positivos
Conteúdo
Preço
Pontos negativos
Desempenho
Falta GPS nativo