Fiat Argo foi o carro de passeio mais vendido em março, com mais da metade das vendas para frotistas e locadoras (Foto: Fiat/Divulgação)
O mercado de automóveis manteve ritmo ascendente em março, segundo o boletim da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Foram nada menos que 184.068 licenciamentos de automóveis de passeio e comerciais leves. Número que corresponde a uma elevação de 5,89% em comparação com fevereiro e 4,61% em relação a março de 2024.
O desempenho se manteve aquecido mesmo diante de adversidades, taxa de juros elevada, que encarece o custo do financiamento. Um ponto que explica esse movimento é o fato de as vendas diretas (entre fabricantes e pessoas jurídicas) terem superado o varejo.
Em março 50,8% dos emplacamentos foram destinados para PJ, que são locadoras e frotistas. Ou seja, vendas feitas para clientes que pagam carga tributária mais branda, e contam com benefícios exclusivos (como a inexplicável alíquota de 1% de IPVA para carros de locadoras), assim como maior capilaridade para negociar preços atrativos direto com os fabricantes.
O volume também pode corresponder a pedidos feitos a mais tempo e com entregas de acordo com a programação das linhas de montagem. Muitas vezes esses grandes clientes encomendam milhares de unidades numa só tacada e a fábrica precisa se ajustar para produzir o lote de maneira que não comprometa o fluxo da linha.
Basta ver o desempenho do Fiat Argo. O hatch compacto italiano foi o segundo carro de passeio mais vendido em março, com 8.247 unidades. Desse total, 6.429 foram destinados a pessoas jurídicas.
No mesmo compasso, o Renault Kwid basicamente sobrevive para vendas corporativas. O modelo emplacou 4.955 unidades, sendo que 4.776 foram para frotistas e locadoras.
Por outro lado, o desempenho de vendas do Polo, na modalidade PJ, foi bem menor em março, com 4.512 dos 8.120 licenciamentos. O hatch da Volkswagen é o carro de passeio mais vendido do país e com grande dependência nas vendas diretas.