Eleições 2022

Veja quem venceu o último debate, marcado por agressões e poucas propostas

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
29/10/2022 às 18:00.
Atualizado em 29/10/2022 às 18:09

O debate na TV Globo, realizado nesta sexta-feira (28), encerrou uma campanha marcada por muitas agressões entre os candidatos e poucas propostas apresentadas aos eleitores. Pelo menos das redes sociais, o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu com vantagem sobre o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Quaest medindo as reações positivas e negativas de cada candidato.

Segundo o levantamento, Lula teve 51% de menções positivas contra 49% de menções negativas. Bolsonaro, por sua vez, teve mais citações negativas: 64% contra 36% de menções positivas.

Segundo Felipe Nunes, diretor do instituto e professor da UFMG,  o pior momento de Bolsonaro foi ao comentar a visita de Lula ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, insinuando que o ex-presidente vai em comunidades encontrar traficantes. “As redes sociais reagiram muito mal! Foram 84% de menções críticas ao assunto”, afirmou Nunes. 

O resultado é parecido com o obtido pelo Instituto Atlas, que mostrou vitória de Lula no debate com 51,5% que acharam Lula vitorioso contra 33,7% que acharam Bolsonaro melhor.

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Na análise de comentaristas que acompanharam o debate na TV Globo, não houve nenhum acontecimento capaz de alterar o voto dos eleitores. O primeiro bloco, com 15 minutos, nos quais os candidatos poderiam debater livremente, a regra foi a troca de acusações. 

Para se ter uma ideia, as palavras “mentira”, “mentiroso”, “mentindo” ou “mentiu” foram citadas por Lula e Bolsonaro 44 vezes e “roubou” apareceu 14 vezes. Enquanto isso, a palavra “fome” foi dita 12 vezes e “emprego ou desemprego” terminaram citadas em 30 ocasiões.

Os temas economia e corrupção foram os mais recorrentes no debate, deixando em segundo plano assuntos vinculados à pauta de costumes - como drogas e ideologia de gênero. Contudo, os candidatos passaram discutindo os resultados de seus respectivos governos e evitaram assumir compromissos para o futuro.

No grupo focal organizado pelo jornal O Globo, uma das entrevistadas definiu o debate como “duas crianças brigando”. Em alguns momentos a situação chegou ao limite da comédia, como no momento em que Lula pediu a Bolsonaro para explicar porque comprou tanto Viagra para as Forças Armadas e Bolsonaro encerrou o debate questionando se, por um acaso, o petista usava o medicamento.

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