A ligação entre política e esporte não rendeu bons frutos na capital mineira, onde apenas um dos cinco candidatos ligados ao futebol conseguiu se eleger
(FOTO: MAURÍCIO VIEIRA / JORNAL HOJE EM DIA)
A eleição municipal de 2024 em Belo Horizonte evidenciou a frustração de candidatos ligados ao esporte, com apenas um deles garantindo uma vaga na Câmara. Dos 874 candidatos registrados, cinco tinham como principal bandeira sua conexão com o mundo esportivo. O único vitorioso foi o Professor Juliano Lopes, do Podemos, presidente da comissão de arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF), que, apesar de um desempenho modesto em comparação a outros candidatos, conquistou 9.328 votos, tornando-se o 22º mais votado da capital.
César Gordin, do PSB e ex-presidente da torcida Galoucura, teve uma performance relativamente boa, recebendo 6.373 votos, mas não foi suficiente para retornar ao cargo. Outros candidatos com vínculos esportivos, como o apresentador Leopoldo Siqueira (PP) e o ex-jogador Roberto Gaúcho, tiveram desempenhos ainda mais discretos, com apenas 2.270 e 1.202 votos, respectivamente. O caso mais inusitado foi o de um torcedor conhecido como "Fé do Cruzeiro", que obteve apenas 84 votos.
Pelo Brasil, o resultado não foi diferente
Em um contexto nacional, a situação se repetiu em outros estados, com figuras proeminentes do esporte, como o tetracampeão Bebeto (PSD) e o vice-presidente do Flamengo, Marcos Braz (PL), também enfrentando dificuldades nas urnas. Bebeto e Braz, apesar de suas carreiras notáveis, não conseguiram se reeleger, recebendo 8.125 e 8.151 votos, respectivamente. No Rio de Janeiro, a maré negativa continuou, com candidatos como Cacau Cotta (MDB) e Ralph Gracie (PRD) igualmente sem sucesso nas eleições.
(Arquivo CBV)
Rodrigão, do vôlei, que além do ouro em Atenas, foi prata em Jogos de Pequim e Londres, concorreu na chapa de Alberto Mourão do MDB à prefeitura de Praia Grande, em São Paulo. Alberto ganhou a sua sexta eleição como prefeito, vencendo no primeiro turno com 64,63% dos votos, alçando Rodrigão como seu vice.
Em São Paulo, a ex-jogadora de basquete Kelly (Podemos) e a medalhista de ouro Tandara (PL) também não conquistaram a confiança dos eleitores, recebendo 309 e 1.883 votos, respectivamente. Esses resultados levantam questionamentos sobre a conexão entre fama esportiva e sucesso político, uma relação que parece ter falhado em se consolidar nas urnas.
Com o desfecho das eleições, fica evidente que o apelo do esporte, embora forte em outras esferas, não se traduziu em votos suficientes para os candidatos que tentaram alavancar suas carreiras políticas.
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